O número de casos de dengue confirmados em Goiás até a 43ª semana epidemiológica deste ano, encerrada em 26 de outubro, bateu o recorde histórico, registrado em 2015, de acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Em 2019, houve 96.598 registros, contra 95.700 dos 12 meses do até então recordista. O índice é também 48,54% maior do que o do mesmo período do ano passado, quando, em 43 semanas, houve 62.106 confirmações.A tendência de que o número de casos fosse o maior da história antes mesmo do fim do ano foi apontada pelo POPULAR, em matéria publicada em 30 de outubro. Até então, 95.399 registros haviam sido confirmados, 301 a menos do que o total do ano recordista. Em 26 de outubro, o número total de notificações chegou a 141.272, ou seja, 44.674 casos continuavam em investigação.Goiânia é a cidade com o maior número de casos prováveis de dengue, com 32,2 mil. Em seguida, estão Aparecida de Goiânia, com 15,8 mil, e Anápolis, com 12,9 mil.MortesNo Brasil, até 12 de outubro, foram notificados 1.489.457 casos prováveis de dengue, em um crescimento de mais de 500% em relação ao mesmo período do ano passado, e foram confirmados 683 óbitos pela doença. Em Goiás, o número de mortos chegou a 60, e há outros 73 casos em investigação. A quantidade é menor do que a do mesmo período de 2018, quando foram confirmadas 84 mortes, após a apuração de todos os óbitos.Em Goiânia, foram confirmados 12 óbitos pela doença, o maior índice do Estado. Em Anápolis, segunda colocada, foram cinco mortes, uma a mais do que em Aparecida de Goiânia. Águas Lindas de Goiás, Catalão, Inhumas e Valparaíso de Goiás tiveram três confirmações cada.Segundo a SES, a maior parte das vítimas que morreu era do sexo masculino e tinha mais de 50 anos. A faixa etária mais afetada foi a de 71 a 80 anos e a maior parte das vítimas possuía algum tipo de comorbidade, ou seja, mais de uma doença ao mesmo tempo. Entre as destacadas, estão hipertensão arterial sistêmica, diabetes e cardiopatia.Zika e chikungunyaNeste ano, 357 casos de chikungunya foram notificados em Goiás, com uma confirmação. O número é menor do que o de 2018, quando houve 538 notificações e 11 casos confirmados. Quanto ao zika vírus, 1.018 notificações foram recebidas, com 38 confirmações. No ano passado, houve 2.042 notificações, sendo 415 delas confirmadas.AçõesEm entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (6), o titular da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, falou sobre o panorama da dengue no Estado e apontou causas do aumento de registros. Ele destacou a influência de fatores climáticos, como o período de estiagem e chuva, e disse que o Ministério da Saúde não forneceu inseticidas para os Estados, dificultando o combate ao mosquito aedes Aegypti, que transmite também zika vírus e chikungunya.De acordo com o secretário, foi instituído, em parceria com os municípios, um Comitê Gestor Bipartite para que as ações de atenção às doenças transmitidas pelo aedes Aegypti sejam coordenadas e tenham a execução acompanhada. Além disso, medicamentos para o tratamento dos sintomas da dengue serão adquiridos e distribuídos por meio das Regionais de Saúde.