O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) voltará a produzir e realizar os exames para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), inclusive para mudança de categorias, já a partir de julho. O contrato com a Universidade Estadual de Goiás (UEG), instituição responsável pelos testes no Estado desde 2006, finalizaria no dia 9 de agosto próximo, mas deve ser estendido até dezembro. Entre a próxima segunda-feira e o fim deste ano haverá um período de transição, em que as bancas examinadoras serão retomadas aos poucos pelo Detran, enquanto o órgão passa a receber também a tecnologia utilizada nas provas.O presidente do órgão de trânsito, Marcos Roberto Silva, afirmou que ainda não tem condições de assumir totalmente as bancas de CNH em julho em razão das tecnologias e regras que já estão incorporadas pelos profissionais da UEG. “Tínhamos a opção de comprar essa tecnologia ou licitar para que alguém fizesse isso por nós, mas sairia muito caro. É mais fácil fazer esse período de transição com a UEG”, afirma. Atualmente, a universidade recebe cerca de R$ 16 milhões por ano para cuidar de todos os exames para CNH no Estado. A estimativa de Silva é de que, a partir de 2020, os custos para o Detran caiam para a metade do que é gasto atualmente.Em nota, a UEG informa que “a partir de 10 de agosto, o Detran-GO poderá reassumir as atividades de banca”. A instituição revela também que tem discutido com o órgão estadual “a melhor forma para essa transição, tendo como possibilidade a extensão do contrato até dezembro de 2019, com a entrega gradativa das cidades atendidas pela UEG”. E complementa também que “está à disposição para colaborar com o Detran-GO naquilo que for melhor para o processo de habilitação no Estado de Goiás”.Atualmente, a UEG conta com 212 professores/examinadores ativos para atender as demandas das bancas examinadoras em todo o Estado. Segundo a instituição, “os professores, após o fim do contrato, continuarão exercendo suas atividades acadêmicas nos Câmpus aos quais estão vinculados”. O presidente do Detran-GO afirma que há cerca de 300 examinadores como servidores efetivos do órgão aptos a ir a campo e realizar o trabalho. No entanto, a previsão é que o órgão passe a atuar no ano que vem em um modelo misto, como existe em São Paulo.De acordo com Silva, a possibilidade é que o Detran-GO passe a credenciar examinadores, que seriam pessoas com o curso a ser dado pelo próprio órgão e sem vínculo direto, recebendo apenas pelo serviço realizado. “Pensamos em colocar até mesmo policiais militares, que fariam os exames em horário alternativo, quando não estarão atuando pela PM. Assim eu duvido que alguém vai ter coragem de tentar subornar um examinador, sabendo que é um policial, diz. Para ele, com a tecnologia atual de controle, a segurança contra as fraudes nas provas será a mesma que existe no contrato com a UEG. Em 2006, quando o acordo foi assinado, a justificativa foi de diminuir a compra da aprovação na prova.Silva diz também que a UEG continuará como parceira do Detran-GO nos projetos de educação para o trânsito. “Nós iniciamos a Escola Pública de Trânsito, que vai ter sede lá no Autódromo de Goiânia, com a estimativa de até 17 mil alunos. A UEG vai participar disso, vai educar, certificar os alunos, dentro da sala de aula, que é onde ela vai permanecer”, diz. A expectativa é que essa parceria possa manter a receita que a universidade tem hoje com o contrato dos exames de CNH, de modo que a instituição também não seja prejudicada com a mudança a partir de 2020.-Imagem (1.1830556)