Goiás possui dez unidades de saúde para tratamento da Covid-19 com os leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) completamente ocupados, sendo que sete têm abrangência estadual. A maioria dos hospitais está em Goiânia (veja mapa). A lotação acompanha as taxas de ocupação da rede estadual e municipal, que está acima de 80%.Nenhum hospital ou leito da rede estadual foi fechado para justificar o aumento. O Estado conta com oito hospitais de campanha, além de leitos em unidades próprias e conveniadas. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) informou que a taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede pública por pacientes com Covid-19 em Goiás tem variado entre 75% a 85%, mantendo um platô de estabilidade, sendo que “esse é um sinal de alerta, que vem sendo acompanhado continuamente pelas autoridades sanitárias.”Entretanto, nos últimos dias, a taxa de ocupação dos leitos de UTI estaduais teve registros acima de 85%. Nesta segunda-feira (26), por exemplo, ela ficou em 87,10% e nesta terça-feira (27), em 84,08%. Na última sexta-feira (23), ela ficou em 86,03%. Números acima dos 85% foram registrados pela última vez no fim de junho. Desde o início da segunda quinzena do mês de julho, a taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede estadual não fica menor que 80%.Em Goiânia, o número também tem tido um leve aumento. Nesta terça, ela ficou em 82,57% e na segunda 82,67%. Em julho, a taxa ficou acima de 80% pela primeira vez no dia 21 (83,28%). Ela recuou para abaixo dos 80% no dia 23 (78,62%) e depois voltou a crescer. Na primeira quinzena deste mês, ela ficou menor que 75%, sendo que no dia 11, chegou à marca dos 65,66%. Antes do dia 21, a última vez que a taxa ficou acima dos 80% foi no fim de junho.Na última segunda-feira, a secretária executiva da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Luana Ribeiro, havia dito que o aumento registrado nos dias 17 e 18, quando a taxa de ocupação dos leitos municipais ficou na casa dos 78%, foi atípico e estava sendo monitorado. A reportagem entrou em contato com a SMS para comentar o assunto, mas até o fechamento desta matéria não obteve nenhuma resposta.MonitoramentoA SES-GO apontou, também em nota, que semanalmente é realizado um estudo sobre a situação epidemiológica do Estado, “considerando a aceleração do contágio e a sobrecarga do sistema de saúde nas 18 regiões de Goiás”. Os números são discutidos periodicamente pelo Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás para Enfrentamento ao Coronavírus.O Estado possui 731,6 mil casos de Covid-19, sendo que 697,4 mil pessoas já se recuperam. A incidência da doença é de 10,4 mil casos a cada 100 mil habitantes. Goiás já acumula 20,5 mil óbitos em decorrência da doença com uma mortalidade calculada em 292 óbitos a cada 100 mil habitantes e uma letalidade de 2,81%.De acordo com a secretaria estadual, os resultados dos estudos da pasta são classificados em três categorias. Elas servem para “subsidiar os gestores na tomada de decisão sobre as medidas sanitárias adotadas em cada município”.Em Goiânia, por exemplo, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), flexibilizou diversas atividades, inclusive o horário de funcionamento de bares, no dia 15 de julho. A SES-GO explicou que “as flexibilizações podem ocorrer, mas com os devidos cuidados sanitários, o que exige participação da população no cumprimento das regras.”VacinaçãoEm Goiás, 4,7 milhões de doses já foram distribuídas e 4 milhões aplicadas (84,1%). Do total de doses aplicadas, 2,9 milhões foram como primeira etapa de proteção (41,83%) e 1,1 milhão com segunda dose ou dose única (15,68%). Considerando apenas a população com mais de 15 anos do Estado, já são 52,51% de vacinados com a primeira dose e 19,68% com a segunda dose ou dose única.Em nota, a SES-GO afirmou que a vacinação “segue um ritmo bom, mas têm ocorrido atrasos por conta do registro de doses aplicadas pelos municípios”. A pasta informou que, em parceria com as secretarias municipais de Saúde, “tem trabalhado para mitigar esta situação” e destacou que “é importante que as pessoas retornem para completar o esquema vacinal, no caso dos imunizantes que exigem duas doses, pois só assim se atinge uma melhor eficácia na imunização.”-Imagem (1.2291882)