Enquanto as obras da primeira etapa do linhão Gyn-Apa, que levará água tratada do Sistema Produtor Mauro Borges para Aparecida de Goiânia, começaram a ser executadas no início deste ano, os trabalhos dos linhões Sul e Central, que também irão ampliar a oferta de água para a região metropolitana, estão paralisadas. De acordo com a Saneago, ambas devem ser retomadas ainda em 2022. A entrega de todo o linhão Central já sofreu com adiamentos. A primeira e a segunda etapas da obra já foram concluídas e estão em operação. Em reportagem do POPULAR publicada em setembro passado, a previsão de entrega do restante era para até o início deste ano. Entretanto, atualmente o serviço está interrompido. A Saneago comunicou que “está em andamento a contratação da parte restante do trabalho, da terceira etapa, com previsão de retomada ainda em 2022.” A companhia informou ainda que já foram investidos quase R$ 35 milhões “em obras que incluem ampliação e melhorias do Booster Cascalho (unidade de bombeamento de água para vencer a gravidade), proporcionando incremento de 200 litros de água por segundo na vazão que abastece toda a Região Sul de Goiânia e Norte de Aparecida.” Já o linhão Sul, apesar de não estar com o cronograma de entrega atrasado - desde 2021 ela está programada para ser entregue neste ano -, também está com as obras paradas. Segundo a companhia, o contrato do empreendimento, que está com 30% de execução, está em fase final de adequações para retomada dos serviços e “passa por adequação econômico-financeira, com previsão de retomada das obras já em maio.” O linhão irá beneficiar 210 mil pessoas em 65 bairros diferentes. O investimento é de R$ 25 milhões. Gyn-ApaEm setembro de 2021, o linhão Gyn-Apa estava em fase de licitação e contratação. Na ocasião, o presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, afirmou que as obras deveriam durar cerca de 18 meses e que a pandemia da Covid-19 trouxe muitas dificuldades ao processo de contratação. As intervenções da primeira etapa começaram em março deste ano. Esta fase envolve investimentos de R$ 44 milhões e tem previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2023. Ela deverá beneficiar 135 mil moradores de Aparecida de Goiânia e da capital. O linhão Gyn-Apa conta ainda com outras duas etapas. Para a segunda, os investimentos são de R$ 70 milhões. Entretanto, de acordo com a Saneago, “alguns proprietários de imóveis têm dificultado a desapropriação neste trecho, apesar dos decretos de utilidade pública das áreas por onde as tubulações do Linhão devem passar”. Por isso, esta fase da obra depende do processo de desapropriação de um trecho. Já na terceira etapa, que ainda não foi iniciada, os investimentos somarão cerca de R$ 15 milhões.Em relação aos linhões Leste e Norte, a Saneago informou que eles são a última etapa do sistema de linhões e já possuem estudos e projetos prontos, sendo que eles “têm a função de complementar e interligar o complexo, tendo sido concebidos como forma de planejamento para o crescimento de Aparecida de Goiânia.”LinhõesA Saneago vem tentando construir os linhões desde 2015. Eles são um conjunto constituído por redes de distribuição, adutoras, centros de reservação e grandes bombas que levarão água tratada para a população aparecidense. Na previsão inicial, o conjunto de obras seria entregue em 2019, mas naquele ano apenas o Linhão Oeste ficou pronto e entrou em funcionamento. A finalização dos linhões, que devem levar água tratada para cerca de 450 mil moradores de Aparecida, se torna cada vez mais urgente por conta do constante risco de racionamento no período de estiagem.Por meio de nota, a Saneago informou que “mesmo com algumas etapas dos Linhões ainda não concluídas, Aparecida de Goiânia não sofreu com a falta de água na última estiagem, havendo apenas interrupções pontuais por conta de vandalismo, furtos, faltas de energia e manutenções”. Isso porque, de acordo com a companhia, “os trechos que já foram executados estão contribuindo para a estabilidade do abastecimento”, uma vez que eles são finalizados e já entram em funcionalidade. No fim de setembro de 2020, O POPULAR mostrou que apesar de a Saneago ter negado qualquer espécie de racionamento, na prática, milhares de moradores de Goiânia e de Aparecida de Goiânia enfrentaram as torneiras secas em meio a temperaturas de 38°C. O rompimento de uma adutora e a falta de energia elétrica no Sistema João Leite seriam as justificativas para a falta d’água.