Duas novas espécies de fungos, um cogumelo e um bolor, foram descobertas no cerrado em Goiás, nas cidades de Silvânia e São Domingos, por pesquisadores do Laboratório de Micologia Básica, Aplicada e Divulgação Científica (FungiLab) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis. O estudo faz parte da pesquisa de doutorado dos estudantes Lucas Leonardo da Silva e Antônio Sérgio Ferreira de Sá, orientados pela professora doutora Solange Xavier dos Santos, do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac/UEG). O cogumelo, batizado de Furtadomyces sumptuosus foi encontrado na mata da Floresta Nacional de Silvânia, uma unidade de conservação na região Centro-Sul de Goiás e que abriga diferentes espécies de plantas típicas do cerrado. Os pesquisadores disseram que a escolha do nome se deu porque o cogumelo é robusto, suntuoso e bem diferente do que se conhece como um cogumelo tradicional.Leia também:- EJA: Educação de Jovens e Adultos tem vagas abertas na rede estadual de Goiás- Aulas são suspensas em escola estadual após suposto contato de alunos com piolhos de pombo- UFG desenvolve teste rápido de hanseníase que será distribuído em todo o BrasilJá o bolor, foi encontrado em uma das cavernas do Parque Estadual Terra Ronca, localizado no município de São Domingos, no Nordeste do estado. A espécie foi batizada como Preussia bezerrensis, em homenagem à caverna onde ele foi encontrado, que é conhecida como Lapa do Bezerra. A professora Solange disse que o espaço é um “santuário natural de rara beleza e de difícil acesso e, por isso, a natureza lá se mantém quase intacta”, falou. Os estudos foram publicados em duas revistas internacionais em 2022, a Mycological Progress, volume 21, e Persoonia - Molecular Phylogeny and Evolution of Fungi, volume 49. O reconhecimento e a validação das novas espécies só foram possíveis depois de estudos bastante detalhados para comparar com todas as outras espécies parecidas e, então, ter certeza que de fato se tratava de fungos nunca antes descobertos.“Para isso são levadas em consideração não apenas a aparência física, mas também outras características, incluindo a análise microscópica de suas estruturas e, também, o seu material genético, seu DNA. Isso permite ainda verificar o grau de parentesco com outras espécies de fungos já conhecidos”, conta a professora. Os pesquisadores agora investigam quais substâncias esses fungos podem produzir para então verificar suas aplicações em diversas áreas. “Esses fungos agora estão sendo domesticados, ou seja, cultivados em meio de cultura no laboratório para que possam ser estudados quanto ao seu potencial biotecnológico”, diz Solange.-Imagem (1.2607521)