Duas das quatro piores ligações rodoviárias de todo o Brasil analisadas pela Confederação Nacional de Transporte (CNT) estão em Goiás. A Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada na última semana, denomina essas ligações enquanto “importância socioeconômica e por promover a conexão entre os territórios de uma ou mais Unidades da Federação”. Entre 109 trechos verificados, oito passam pelo Estado, e os dois piores se encontram nas 108ª e 106ª posição. Dessas, o trecho da BR-158, entre Jataí e Piranhas, é o pior, perdendo para a GO-174, entre Rio Verde e Iporá.As duas rodovias também são consideradas como necessitando de atenção e cuidados pelos órgãos responsáveis, tanto o federal quanto o estadual. O serviço que registra as condições rodoviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pelas rodovias federais que não estão sob condições, atestam parte do trecho citado da BR-158 como de cuidado, que é a pior classificação registrada pelo órgão. Essa referência se dá por 45% dos quilômetros da via em Goiás, sendo entre o acesso de Caiapônia a Jataí. No relatório, feito em agosto deste ano, o pavimento e a sinalização são considerados regulares e o trecho próximo ao Córrego Dantas é avaliado como perigoso, necessitando de atenção e faróis ligados dos motoristas. Já em relação ao trecho entre Caiapônia e Piranhas, a classificação geral é de atenção, mas revela que o acostamento está mal conservado entre os quilômetros (km) 0 e 62, assim como a sinalização entre os km 0 e 121. Quanto à GO-174, a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) afirma que a via, atualmente, já recebe trabalho de manutenção rodoviária. As outras seis ligações rodoviárias em território goiano estão em estado considerado regular. Por outro lado, a pesquisa da CNT também analisou outros trechos de rodovias em Goiás. Ao todo foram 7.506 km no Estado analisados, que corresponde a cerca de 30% dos 25,6 mil km de rodovias goianas. A quantidade, no entanto, é menor do que a registrada no ano passado, quando a pesquisa passou por 7.4563 km, quando 29,3% das vias analisadas foram consideradas ruins ou péssimas. Das rodovias verificadas na edição deste ano, 29,4% dos quilômetros estão nesta situação.Além disso, o relatório aponta, quanto às condições gerais, que 34,9% estão em condições regulares e 35,7% são consideradas boas ou ótimas. Para essa análise, os pesquisadores analisam três critérios: pavimentação, sinalização e geometria da via. Destes, a pior situação é quanto ao asfalto das rodovias, em que 42,2% dos quilômetros analisados estão em situação péssima ou ruim. Um destes casos é a GO-010, entre Goiânia e Bonfinópolis, em que o pavimento foi analisado como ruim, mas a situação é ainda pior nesta via na análise da geometria e da sinalização, ambas descritas como péssimas. A Goinfra também afirma que a GO-010 já passa por trabalhos de manutenção. Sobre a situação em geral da sinalização nas rodovias pesquisadas em Goiás, 33,4% são avaliadas como péssimas ou ruins, como é o caso das GOs 206, 178, 302 e 184. Já sobre a questão da geometria, são 17,4% na pior avaliação, como ocorre na GO-050. “A equipe técnica já identificou alguns casos nos quesitos pavimentação, sinalização e geometria que em breve serão corrigidos de acordo com planos de trabalho desenvolvidos pelas diretorias técnicas da Goinfra”, informa a agência, em nota. Segundo o documento emitido pela CNT, os dados para a pesquisa, que está em sua 23ª edição, são “coletados e registrados em formulário a partir do deslocamento do pesquisador ao longo das rodovias, em um veículo trafegando com velocidade máxima de 50 km/h, desde que seja respeitada a velocidade mínima da via”. Essa avaliação é feita por pessoas treinadas e ocorre durante a luz do dia e sem intempéries temporais, como chuvas e neblinas, quais são responsáveis por parar o trabalho caso ocorram.