-Imagem (1.2442313)Atualizada às 16h50 de 21/04/2022Em pronunciamento durante transmissão pelas redes sociais, nesta quinta-feira (21), Padre Robson de Oliveira comentou sobre as investigações que ocorreram a respeito do religioso envolvendo transações financeiras durante a gestão dele na presidência da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), entre 2004 e 2019.Essa é a primeira aparição do eclesiástico desde o início das investigações. Ela ocorre após publicação de certidão de trânsito em julgado pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou um recurso do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e manteve o arquivamento da investigação iniciada em 2018, tornada pública um ano depois durante a Operação Vendilhões e trancada pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiaç de Goiás (TJ-GO) em 2020. O trânsito em julgado torna o ato definitivo, quando não cabe mais recurso.Padre Robson iniciou a live com a seguinte frase: “O nosso amado Papa Francisco disse: Nesta vida, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira, e a salvação vencerá a condenação”. Ele também afirmou que há 1 ano e 8 meses foi vítima de uma “agressão absurda, sem tamanho.”Ao decorrer da transmissão, o religioso também disse que tem rezado por aqueles que, segundo ele, o difamara. “Estou rezando pelos que me difamaram, me caluniaram, me injuriaram sem medidas nem critérios, desde já os perdoo. Mas espero em Deus que parem com perseguições. Foram longe demais. Não usem seus cargos para interesses. Não estou falando do carro, mas de quem dirigiu (disse se referindo às instituições). Afinal, perfeição mesmo, só em Deus. Espero aqui que não me venham com mais matérias, agora deturpando minhas palavras”.Apesar da decisão do STJ, o MP-GO emitiu uma nota na época informando que ingressou com mandado de segurança no próprio Tribunal no dia 25 de março, antes de ser publicada a certidão, para que a corte especial analise a decisão da 6ª Turma, que é de 18 de março. “Portanto, mesmo que tenha havido trânsito em julgado no processo originário, ainda há esta ação para ser julgada".Leia Também:- STJ publica certidão de trânsito em julgado a favor de padre Robson- STJ mantém arquivada investigação contra Padre Robson por supostos desvios de dinheiro da AfipeEntenda o casoOs promotores acusam o padre de ter desviado, com a ajuda de pessoas próximas, recursos da Afipe oriundos de doações de fiéis. Levantamento feito durante a operação mostrou que a associação arrecadou mais de R$ 2 bilhões entre 2010 e 2018. A suspeita do MP-GO é que os recursos tenham sido usados para beneficiar não apenas o religioso, como familiares, amigos e funcionários, com a compra de imóveis, por exemplo. A defesa sempre negou a acusação.As investigações vieram à tona em agosto de 2019, quando foi deflagrada a Operação Vendilhões, com mandados de busca e apreensão em diversos locais ligados tanto ao padre, como à Afipe e outras pessoas e empresas que foram denunciadas em ação penal de outubro de 2020. No caso, a associação – que é responsável pela construção da nova basílica de Trindade e da realização da Festa do Divino Pai Eterno - figura como vítima.Ao contrário do que alega a defesa, ao decidir pelo trancamento em 2020 a Justiça não entrou no mérito se havia ou não crimes cometidos pelo padre na gestão da Afipe, mas apenas se cabia aos promotores seguirem ou não com a investigação. No entendimento da 1ª Câmara, não houve nenhuma denúncia por parte dos diretores da instituição nem de qualquer pessoa que possa ser considerada uma possível vítima e tampouco haveria competência legal ao MP-GO de começar a investigar a gestão por conta própria.Confira abaixo a transmissão na íntegra: