-Imagem (1.2577327)A empresária Graziele de Oliveira dos Reis, de 30 anos, denuncia que foi vítima de racismo ao cobrar uma dívida de R$ 550 de uma cliente, em Anápolis, a 60 km de Goiânia. O caso aconteceu no último sábado (10) e será investigado pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri).Graziele trabalha há três anos com vendas de roupas online e há três meses inaugurou uma loja física, a Closet da Grazzi. Ela conta que a cliente comprou quatro peças em julho deste ano e que, desde então, a empresária tenta receber o valor. “Ela falou que iria fazer um Pix, mas não fez e eu vinha cobrando ela por ligações e mensagens”, afirma.No início deste mês, a cliente teria combinado que pagaria a dívida no quinto dia útil, porém, de acordo com a empresária, novamente a mulher “enrolou” e não cumpriu o acordo. “No último sábado, eu enviei mensagens e ela me respondeu em áudios dizendo para eu não mandar mais mensagens e, neste momento, ela começou a me xingar”, afirma.Nos áudios, a cliente chama Graziele de “nega do cabelo sarará”, afirma que isso é “moda” e diz que “pessoas morenas e de cor acham que ameaçam”. A empresária destaca que nunca "passou" por um episódio de racismo de forma tão explícita. “Eu nunca fui grossa com ela, nunca usei nenhuma palavra baixa e as minhas clientes sabem o quanto sou educada”, enfatiza.Redes Sociais A empresária compartilhou nas redes sociais um desabafo sobre a situação. Nos vídeos ela diz se sentir muito nervosa ao ouvir os áudios e raiva pelo racismo sofrido. “Eu amo meu cabelo e nunca vou achar que a cor da minha pele vai ameaçar alguém. Toda vez que escuto eu me emociono e fico nervosa, precisava expor isso para que não aconteça mais”, disse.Devido a gravidade das ofensas, Graziele registrou um Boletim de Ocorrência (BO) nesta segunda-feira (12) e, segundo ela, deve ser ouvida pelo delegado Manoel Vanderic na próxima sexta-feira (16). Como o nome da cliente não foi divulgado, a reportagem não localizou a defesa dela para um posicionamento até a última atualização desta matéria.Leia também:- Polícia conclui investigação e indicia professora de Posse por falas homofóbicas- Em áudio, homem diz para a ex que é melhor do que ela por não ter filhos negros e gays; ouça- MP denuncia proprietária de academia que se recusou a fazer matrícula de mulher trans, em Anápolis-Imagem (1.2577316)