Atualizada às 14h26.O empresário Guilherme Moreira, 27 anos, que no dia 25 de abril último foi acusado de se apropriar de um dinheiro que havia sido depositado de forma equivocada em sua conta pelo Banco Safra, compareceu na manhã desta quarta-feira (15) ao 8º Distrito Policial de Goiânia para dar a sua versão dos fatos. Proprietário do Restaurante Bienna, localizado no Setor Marista, o empresário teria, segundo a Polícia Civil, adquirido com o dinheiro um veículo Porsche, modelo Boxster, 2.7, vermelho, ano 2014, avaliado em R$ 300 mil. Guilherme não falou com os jornalistas, mas seu advogado, Bruno Pena, explicou que seu cliente se apresentou voluntariamente.No dia 25 de abril a Polícia Civil desencadeou uma operação que chamou de Bienna na qual apreendeu na residência de Guilherme Moreira o carro de luxo esportivo. Conforme o delegado Kleber Toledo, à frente das investigações, entre os dias 26 e 27 de dezembro de 2018, por uma falha no sistema de conciliação de vendas com cartões de crédito/débito do Banco Safra S.A., ocorreram créditos indevidos em contas correntes de centenas de clientes por todo o Brasil. Um desses clientes foi a empresa Estevam Carnes Nobres e Exóticas Eireli, de propriedade de Guilherme, em cuja conta foram creditados mais de R$ 18.6 milhões.Na ocasião, conforme a polícia, ao perceber o elevado valor, o empresário teria se apropriado de parte do montante e tentou realizar transferências eletrônicas por meio de internet banking que, juntas, somaram mais de R$ 1.1 milhão. As transferências seriam realizadas para a conta do pai, para outra conta da empresa em outro banco e para outras empresas, mas as operações foram bloqueadas. Apenas uma transferência teve sucesso, no valor de R$ 280 mil, dinheiro com o qual o empresário teria pago o Porsche. Desde então, Guilherme vem sendo investigado sob a acusação dos crimes de apropriação indébita de coisa havida por erro e lavagem de dinheiro.A versão do empresárioBruno Pena disse ao POPULAR que, pela primeira vez, seu cliente pode explicar à policia o que realmente aconteceu no episódio. "Guilherme comprou o carro uma semana antes do depósito equivocado e deu um sinal de R$ 20 mil. O restante seria pago à vista após a venda de parte de sua empresa. Ele orientou os auxiliares a quitar seus débitos assim que o negócio fosse concretizado. Como já havia previsão de entrar o recurso na conta, proveniente desta venda, seus funcionários começaram a pagar as dívidas quando houve o depósito, entre elas o valor de R$ 280 mil para quitar o carro, ", detalhou.O advogado informou que tudo pode ser provado pelas conversas mantidas pelo empresário através de um aplicativo de mensagens. Cópias dessas conversas já foram entregues ao juiz de Direito, Alexandre Bizzotto, da 3ª Vara Criminal, que determinou o sequestro do veículo, hoje em São Paulo, sob a tutela do Banco Safra. "No dia que houve o erro do banco meu cliente autorizou o estorno de quase a totalidade do valor, o que não foi devolvido foram os R$ 280 mil. Ele se dispôs a restituir, mas o banco exigiu o pagamento de juros", explicou Bruno Pena.Em decorrência disso, orientado pelo advogado, o empresário ajuizou uma ação civil contra a instituição bancária para desbloquear suas contas e pedindo reparação pelos transtornos causados. Um embate judicial que ainda permanece. "Em momento algum meu cliente tentou ficar com valores que não lhe pertenciam. Ele continua disposto a restituir esse dinheiro".O titular da 8ª Delegacia da Polícia Civil de Goiânia, Kleber Toledo, ainda não se manifestou sobre o depoimento, o que deve ocorrer na tarde desta quarta-feira (15).-Imagem (1.1784041)