*Atualizada em 16/12 às 9h57O Ministério Público de Goiás (MP-GO), com apoio da Polícia Civil de Goiás (PCGO), deflagrou, na manhã desta sexta-feira (16), uma operação para o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva contra suspeitos de fraude em licitações na locação de caminhões. Conforme apurado pelo MP-GO, um contrato no valor de R$ 4 milhões teria sido celebrado de forma fraudulenta entre a empresa alvo da operação e a Companhia de Saneamento de Goiás, a Saneago.O MP-GO informou que, em seis meses de investigação que levou à deflagração da Operação Nabucodonosor, identificou “um sofisticado esquema de fraude a licitações” que contou com o emprego de “laranjas” no registro de empresas e uso de documentação falsa.O órgão apurou que a Senda Comércio e Serviços, uma das duas empresas alvos da operação, teria sido contratada de forma fraudulenta pela Saneago para a prestação de serviços de fornecimento de água potável com caminhões pipa nos municípios de Novo Gama, Padre Bernardo e Águas Lindas.“O contrato fraudado e aditivado ultrapassou a cifra de 4 milhões de reais”, destacou o MP-GO. A reportagem apurou que o contrato com a Saneago para a distribuição de água nos caminhões foi firmado no início de 2020. No entanto, o MP-GO verificou que a empresa não tinha o devido conhecimento técnico para realizar o serviço.Um dos investigados, sócio da empresa, teria fraudado o certificado de capacidade técnica para a confirmação da contratação. Desde então, o contrato tem sido aditivado e, atualmente, estaria em vigência.Já em Formosa, ainda segundo o MP-GO, os contratos celebrados entre a prefeitura e a empresa IGM Locação de Veículos, também alvo da operação, somente com a locação de caminhões nos anos de 2021 e 2022, “resultaram em desvios da ordem de 1 milhão de reais.” O prejuízo somado da Saneago e Prefeitura de Formosa chega a R$ 5 milhões.Após a identificação das irregularidades, o MP-GO informou que a Justiça determinou a intimação do prefeito de Formosa e da Saneago “para darem cumprimento imediato à decisão de suspensão e proibição de contratação e realização de pagamentos.”Além das duas empresas, sete empresários são alvos da operação. Na casa de um deles, o MP-GO informou ter encontrado o valor de R$ 85 mil em espécie, e uma máquina de contar dinheiro. Dos 15 mandados, cinco são cumpridos em Goiânia e 10 em Formosa.O que dizem os citadosA reportagem entrou em contato com a Saneago, que disse ainda não ter sido notificada. A companhia ainda declarou o que segue:"A Companhia está inteiramente à disposição das autoridades para prestar toda a colaboração necessária às investigações, reforçando nosso compromisso para garantir a lisura em todos os processos. A Saneago implantou e tem priorizado a execução das melhores práticas de governança e compliance. Tanto é que, na atual gestão, em qualquer contrato, o procedimento padrão é a apuração imediata após qualquer denúncia."A reportagem ligou para o número da empresa Senda disponibilizado na internet, mas o funcionário de um escritório de contabilidade afirmou que havia prestado serviço para eles certa vez, mas que não tinha mais conhecimento do paradeiro dos responsáveis.Já o dono do número disponibilizado na internet como sendo da empresa IGM disse desconhecer a empresa e seus responsáveis.O POPULAR também tenta contato com a Prefeitura de Formosa. O espaço permanece aberto.Leia também:MP faz operação contra esquema de fraudes identificado em mais de 30 municípios de GoiásMP pede condenação de secretário de Educação de Catalão por serviço irregular de transporte escolar