As sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (SBI) tornaram público nesta segunda-feira (20) o parecer encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra Covid-19 com a vacina Pfizer/BioNTech, que utiliza a plataforma RNA mensageiro (Comirnaty). As três entidades foram consultadas pela Anvisa antes de decidir pela liberação da imunização de crianças na faixa etária citada e se manifestaram favoráveis por entenderem que os benefícios da vacinação superam os eventuais riscos associados a ela. SBIm, SBP e SBI ressaltam que os boletins epidemiológicos divulgados pelo Ministério da Saúde têm mostrado que a carga da doença nas crianças brasileiras é relevante, com milhares de internações e centenas de mortes no grupo mencionado. Crianças nesta faixa etária também têm apresentado, segundo as entidades, a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), de potencial gravidade, quando infectadas pelo coronavírus (SarS-Cov-2). De acordo com as entidades, estudos demonstram que as duas doses da vacina Comirnaty em crianças com idades entre 5 e 11 anos são eficazes em 90.7% pelo menos sete dias após a segunda dose e em um período de dois a três meses. E não foram observados nesses estudos eventos adversos graves associados à vacinação. A Anvisa, lembram as entidades, recebeu da Pfizer/BioNtech uma base de dados de segurança dividida em duas partes, com 1.500 crianças vacinadas em cada uma e não foram identificados eventos adversos graves. Em todo o mundo, já foram aplicadas mais de 5 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 em crianças nesta faixa etária. Para a SBP e a SBI, após a aprovação da vacina em crianças de 5 a 11 anos, o fabricante deve manter vigilância para detectar possíveis eventos adversos, assim como orientar sobre a forma de conservação, diluição e aplicação do imunobiológico. As três entidades sugeriram à Anvisa que sejam feitos estudos capazes de identificar a eficácia/efetividade na prevenção de infecção assintomática, possibilidade de coadministração com outras vacinas, uso da vacina em esquemas alternativos, com intervalos de doses superiores aos utilizados no estudo; além de dados de resposta imune celular.No parecer assinado por Marco Aurélio Palazzi, presidente do Departamento Científico de Infectologia da SBP; Renato de Ávila Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP; e Rosana Richtmann, diretora do Comitê de Imunizações da SBI, as três entidades tornam pública sua posição favorável à imunização de crianças de 5 a 11 anos contra Covid-19.