Visitantes do Parque Zoológico de Goiânia que estão aproveitando as férias de julho para ir ao local reclamam de uma série de inconvenientes que estão encontrando na hora de passar pela catraca. Os problemas se concentram nas bilheterias, onde o valor da entrada é cobrado apenas em espécie e não há troco. Além disso, geralmente só um dos dois pontos de vendas fica funcionando - mesmo quando as filas aumentam por causa da demora no atendimento. Para piorar a situação, o espaço de lazer, localizado na Alameda das Rosas, está com falta de moedas para troco.Colaboradora da Associação de Moradores e Frequentadores do Lago das Rosas, Lourdes Casadini, de 70 anos, reconhece que a atração pode ficar cansativa para os visitantes devido à falta de organização. “A criança quer chegar e ter uma lembrança positiva, aí fica em um desconforto de esperar a manhã inteira no sol quente porque às vezes não tem todas as bilheterias funcionando”, diz.O limite de idade para ter direito à meia-entrada também foi criticado por quem esteve no zoológico. Visitantes recorrentes do espaço, os pais de João Pedro, de 5 anos, acreditam que o limite de idade para taxa de isenção do ingresso e o comprovante de meia-entrada deveriam ser revistos pela organização do local. “Tem muito jovem carente que no caso não tem nem cinco reais”, aponta Ana Cristina Machado Gomes Ribeiro, de 42 anos.Equipados com alimentos dentro da mochila, o marido de Ana, Danilo Gomes Ribeiro, de 32 anos, explica que os valores das lanchonetes no interior do Parque cobram almoços em torno de 20 reais. “Ou seja, para uma família com mais crianças, fica caro do mesmo jeito e ninguém anda mais com dinheiro, tinham que facilitar por ser lugar público”, afirma.O homem relembra que na primeira ida deles até o parque foi preciso realizar uma troca entre PIX e dinheiro com os vendedores de barracas ao redor do zoológico. “Deu um trabalho, porque não sabíamos que era só dinheiro, aí um vendedor ouviu e chamou a gente para trocar”, comentou.O banner de anúncio para famílias que querem trocar dinheiro fica pendurado a poucos metros da bilheteria e atrai a atenção dos visitantes para a barraca do comerciante Wesley Borges da Silva, de 42 anos. Com a intenção de ajudar o fluxo da fila e a entrada de todos, o vendedor posicionou o letreiro há 12 anos para quem chegasse só com cartão e, agora, atualizou o anúncio para receber também por PIX.Wesley ressalta que nunca teve problemas com os funcionários do parque por realizar essa troca. “Eu estou aqui pra facilitar, muita gente vem de longe e fica desesperado quando vê que só aceitam dinheiro.” Muitas vezes os visitantes também compram brinquedos do local para ajudá-lo.Segundo a Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), em breve o Parque Zoológico de Goiânia passará a receber pagamentos por cartão de débito, de crédito ou via PIX. A efetivação do projeto está em fase de elaboração pela equipe técnica da Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec) desde 26 de abril. A pasta aguarda a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) expedir o “gateway de pagamento”, ou seja, definir o sistema de recebimento.Para os visitantes que desejarem, também será possível adquirir o bilhete de entrada pelo sistema online, como no site da Prefeitura ou no aplicativo Prefeitura 24 horas e outros meios eletrônicos. “Tão breve serão efetivadas”, garante a Agetul sobre as reformulações, mas sempre precisar uma data. Por enquanto, o parque ainda recebe somente por dinheiro.O serviço na bilheteria foi terceirizado pela Prefeitura neste ano. A empresa Trip Locações e Eventos assumiu de fato o ponto de vendas no final de junho, apesar de o contrato ter sido assinado em abril. No último sábado, O POPULAR mostrou que houve um reajuste de 35% no valor do contrato agora em julho, sob alegação de que o aumento foi provocado pelo dissídio salarial dos servidores.O proprietário da Trip Locações, Edgar Guimarães de Lima, diz que as formas de pagamento aceitas não são de responsabilidade da empresa.A reportagem entrou em contato com a Sefin, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.