O usuário do sistema de transporte coletivo metropolitano em Goiânia vai continuar esperando para se locomover pelo BRT Norte-Sul. Após prometer o primeiro trecho do corredor, entre os terminais Recanto do Bosque e Isidória para outubro deste ano, a Prefeitura fez uma nova estimativa para o término da obra. Agora a informação é que a construção só estará pronta no primeiro semestre de 2023. Assim, a obra que começou em março de 2015 vai completar pelo menos oito anos de duração, período em que já sofreu sete adiamentos e chega para a sua oitava promessa de estimativa de entrega.O trecho é considerado cerca de 95% concluído, faltando apenas as calçadas da Avenida Goiás, a pista do entorno da Praça Cívica e as estações de embarque destas duas localidades, além da cobertura de outras que já foram montadas ao longo do trecho. No entanto, a demora para a definição e aprovação do projeto destas estações pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é o argumento para o novo adiamento. Isso porque as estruturas são metálicas e pré-moldadas, tendo de ser fabricadas para a montagem posterior no local.Desta forma, o envio dos pedidos para a fabricação deve ser feito exatamente como o projetado e com a devida aprovação dos dois órgãos. O Iphan analisa como as estações vão interferir na paisagem do traçado do centro histórico da capital, que é tombado como patrimônio; enquanto que a Amma analisa o impacto ambiental da extirpação de espécies arbóreas ao longo do trecho e mesmo como as estruturas vão impactar nas demais espécimes. Até o fechamento desta matéria, ainda não havia a aprovação oficial dos modelos para que fossem feitos os pedidos de fabricação.A estimativa é que os pré-moldados demorem até 6 meses para ficar prontos. De acordo com o Iphan, já “não há nenhum impedimento nas obras do BRT Norte-Sul”. “Todas as autorizações referentes a liberação das construções das estações de embarque e desembarques de passageiros nos corredores da Avenida Goiás e Praça Cívica, que competem ao órgão federal já foram concedidas”, informa. Já o parecer ambiental para a obra na Praça Cívica, onde foram extirpadas 24 árvores, já foi emitido, estabelecendo como compensação ambiental à construtora do corredor a plantação de 360 mudas nativas.A Amma esclarece, no entanto, que ainda “emitirá um parecer técnico a fim de mensurar a contrapartida para a compensação ambiental” quanto as construções na Avenida Goiás, sendo a liberação que resta para a continuidade da obra. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), Os serviços complementares, como plataformas e calçadas, “ainda estão em andamento e serão finalizados em 2022”, sem a precisão de qual mês será.A secretaria relata, por outro lado, que após a finalização desta etapa de obras civis, “ainda é preciso realizar toda parte de operação e sistematização, CATV (videomonitoramento), cabeamento e rede lógica”, com a previsão de entrega de todos os equipamentos sendo em 2023. Essa parte de sinalização e conectividade já foi feita na maior parte de todo o corredor, restando a Praça Cívica e a Avenida Goiás. Além disso, há ainda a necessidade de equipar todas as 31 plataformas e os terminais Rodoviária e Perimetral com o sistema da rede metropolitana de transporte coletivo (RMTC), como catracas, validadores e telas de informações aos usuários. Esses dois terminais foram construídos para o corredor e receberão veículos apenas do BRT Norte-Sul.Válido ressaltar que ainda resta ser finalizada a pista do corredor de ônibus da Praça Cívica, cuja estimativa de entrega é para o próximo dia 30, após um ano e um mês de início desta construção. Com isso, a partir de agosto, os ônibus voltarão a ocupar o anel interno da praça, liberando a parte externa para os demais veículos. Em junho, a obra ficou mais restrita pela necessidade da construção de uma adutora da Saneago na confluência com a Avenida 84, o que foi finalizado no dia 20 de julho, quando já era prevista a finalização da praça, adiada para mais dez dias.Pela necessidade deste novo adiamento das obras do BRT Norte-Sul, o Paço deverá assinar novo aditivo contratual com a construtora e a empresa responsável pela supervisão da obra, já que os acordos atuais vencem neste mês. A tendência é que os aditivos ampliem o contrato até meados de 2023, para cumprir o restante da obra.Trecho 1 continua sem nova estimativaAs obras do trecho 1 do corredor exclusivo para o transporte coletivo de trânsito rápido, o BRT Norte-Sul, entre os terminais Isidória e Cruzeiro do Sul, já em Aparecida de Goiânia, ainda não possuem uma previsão para o reinício. No fim de 2021, as construtoras GAE, JM e Sobrado anunciaram o rompimento do contrato com a Prefeitura de Goiânia. Elas compõem o Consórcio Corredor Norte-Sul responsável pela realização dos 5,1 quilômetros do trecho, após apenas 8% das obras. O Paço Municipal estimava que publicaria um novo edital para a licitação da obra ainda no primeiro semestre deste ano, o que não ocorreu e ainda não há estimativa de quando haverá a publicação. O processo, no entanto, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), está suspenso por conta de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que impede ações de desapropriação até 31 de outubro de 2022. Quando iniciada a construção do corredor BRT Norte-Sul a previsão foi de que o corredor de todos os 22 quilômetros fosse entregue no fim de 2016, ainda na gestão Paulo Garcia (PT). No início daquele ano o cronograma foi refeito e a data prometida passou a ser dezembro de 2017, já na gestão Iris Rezende (MDB). No fim de 2016 e até fevereiro de 2017 a obra ficou parada por falta de pagamentos municipais e foi retomada em março com o depósito de R$ 6 milhões para o consórcio responsável. No entanto, em julho daquele ano, por questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU), a Caixa Econômica Federal suspendeu o financiamento e a construção voltou a ficar parada. A retomada dos trabalhos só ocorreu em março de 2018, após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal, com obrigação de entrega do BRT até outubro de 2020.Para o acordo houve um ajuste no cronograma com a desvinculação dos dois trechos da obra, já que o 1 tem recursos do Orçamento Geral da União (OGU), sendo necessária nova licitação. Assim, o compromisso de entrega em 2020 era para o trecho 2. A data mudou para maio de 2021 sob o argumento da pandemia da Covid-19. Após isso, a inauguração do trecho entre o Recanto do Bosque e a Praça do Trabalhador chegou a ser marcada para outubro de 2021, o que não ocorreu. Terminal Isidória volta a ser utilizadoOs usuários do sistema de transporte coletivo metropolitano de Goiânia voltam, a partir desta terça-feira (26), a utilizar o Terminal Isidória, que estava em obras desde setembro de 2019. Até então, a operação foi remanejada para a estrutura provisória montada na Alameda João Elias da Silva Caldas ao custo de R$ 1,7 milhão. A Prefeitura de Goiânia ainda não definiu como a área passará a ser utilizada a partir de agora. Já o novo terminal custou R$ 19,5 milhões. O Paço conta o início das obras como sendo em fevereiro de 2020, embora o local tenha ficado fechado desde setembro do ano anterior.O Terminal Isidória, cuja área construída passou de 2,1 mil metros quadrados para 7,9 mil metros quadrados, possui cinco plataformas por onde estima-se que vão passar cerca de 1,5 milhão de passageiros por mês. A operação do sistema fará com que passem no local 22 linhas de ônibus: 002, 006, 007, 009, 014, 015, 020, 025, 183, 185, 198, 203, 565, 568, 612, 616, 650, 651, 660, 919, 920 e 934. A construção também faz parte do BRT Norte-Sul, cujas linhas corredor terão uma plataforma exclusiva assim que a operação for iniciada, com previsão para o primeiro semestre de 2023.“Esse Terminal Isidória recebeu uma estrutura de alta qualidade e segurança, com uso de câmeras de videomonitoramento em tempo real. Temos um terminal inovador, que oferece conforto, acessibilidade e conectividade aos passageiros por meio de Wi-Fi gratuito e de rápida velocidade”, afirmou o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) no evento de inauguração do espaço. A cerimônia contou com a presença do ministro de Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira, e a secretária nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano, Sandra Holanda.O novo Terminal Isidória possui uma cobertura metálica de 8 mil metros quadrados, “o que contribui para propiciar temperaturas mais amenas no ambiente interno”, segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra). “São 35 pilares de 11 metros cada e 7,1 mil metros quadrados de pavimento de concreto. O projeto demandou 290 toneladas de aço. A nova rede de drenagem tem 1,6 mil metros”, informa a pasta. “Além da expansão física, o novo Isidória incorporou tecnologia à rotina operacional. Os usuários do transporte coletivo que passarem por lá terão acesso gratuito à rede de internet Wi-Fi. Cinco roteadores funcionarão para garantir a qualidade do sinal. Os passageiros usufruirão de uma rede diferente daquela a ser usada pela Prefeitura na gestão do terminal”, reforça o Paço Municipal. As 32 câmeras de vigilância serão monitoradas por uma Central de Controle e Operação (CCO), cujo acompanhamento das imagens caberá à Guarda Civil Metropolitana (GCM) e à Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), 24 horas. A intenção é cuidar da segurança de passageiros e trabalhadores e também analisar dados de mobilidade urbana.Leia também:- Saiba quais linhas de ônibus vão passar pelo terminal Isidória- Com atraso, Prefeitura entrega 4º viaduto em Goiânia- Mais de 20 praças em Goiânia foram partidas ao meio para melhoria do trânsito- Ciclovias se deterioram em Goiânia-Imagem (1.2497807)