Um estudo apontou que o desempenho de estudantes de instituições públicas goianas foi significativamente superior em avaliações de desempenho, em comparação com as escolas regulares. A pesquisa conquistou o 3º lugar no I Prêmio Nacional de Educação. A cerimônia de premiação ocorreu neste sábado (18).O trabalho, intitulado “Avaliação de Impacto da Escola Estadual de Tempo Integral nos Resultados de Desempenho Educacional do Estado de Goiás”, é de autoria do goiano Alex Felipe Rodrigues Lima, de Erik Alencar de Figueiredo, Felipe Resende Oliveira e Rodrigo Nobre Fernandez. A pesquisa chegou à conclusão que os alunos dessas instituições têm resultados melhores nas provas da Prova Brasil, do Sistema de Avaliação Educacional do Estado de Goiás (Saego) e no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb). De acordo com o estudo, a metodologia de ensino e a abordagem pedagógica das instituições integrais justificam o desempenho superior. A meta do Plano Nacional e Estadual de Educação prevê que a oferta de escolas em tempo integral atinja 50% das escolas públicas. Atualmente, de acordo com o site da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Goiás possui 164 Cepis. O governo pretende implantar mais 105 escolas com esse modelo até o final de 2022. Ao todo, Goiás possui 716 unidades de ensino.Metodologia Para analisar os efeitos da aplicação do ensino integral, a pesquisa realizou uma comparação entre escolas com e sem esse sistema. Em Goiás, as escolas de tempo Integral no Ensino Fundamental (anos finais) começaram a funcionar em 2007. Já no Ensino Médio, a adesão começou em 2013, com os Centros de Ensino em Período Integral (Cepis). "Foram comparados os desempenhos de escolas antes e depois do sistema integral ser implantado", explicou Lima, servidor do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB) e atual gerente de Estudos Socioeconômicos e de Avaliação de Políticas Públicas do Instituto. A comparação ocorreu com base em dados empíricos coletados por meio de indicadores educacionais, tais como o Ideb e a Prova Brasil, além de provas de Português e Matemática, e as taxas de reprovação, aprovação e abandono escolar. ResultadosSomente sobre a nota do Ideb, por exemplo, o resultado positivo foi de 7%. Já em relação às escolas municipais de ensino integral, o desempenho foi 9% melhor em comparação às escolas de ensino de turno único nas notas de português e matemática.Além disso, foram detectados efeitos significativos na queda da taxa de reprovação e abandono escolar. Ela sofreu uma redução de 40% nas instituições integrais em comparação com as demais escolas. Os efeitos globais nos índices de reprovação nas disciplinas de português e matemática foram 85% e de 136% menores em escolas integrais em comparação com escolas regulares.Lima acredita que os resultados demonstram a boa evolução do ensino integral em Goiás. "Como todo sistema, ele precisou passar por melhorias e ajustes. Entretanto, hoje podemos dizer que temos uma rede de ensino integral que tem entregado resultados positivos", avalia.O prêmio O Prêmio Nacional de Educação foi criado para fomentar estudos e pesquisas sobre políticas públicas educacionais, principalmente em programas financiados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Nessa primeira edição, a premiação teve como tema o “Aprimoramento da Gestão Educacional no Brasil”.Lima acredita que a premiação é importante para fortalecer a promoção de Políticas públicas educacionais voltadas para a implantação de mais instituições com o ensino integral. "É um reconhecimento nacional do nosso sistema de ensino. Ele (prêmio) também irá incentivar o governo estadual a implantar mais escolas com esse modelo."