Exonerado do cargo de presidente do Instituto Municipal de Assistência Social à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) no dia 4 de fevereiro, o presidente municipal do PMB, Luiz Carlos da Silva Júnior, o Júnior Café, foi nomeado nesta quinta-feira (10) como secretário executivo para Assuntos Sociais do Gabinete do Prefeito. O cargo estava vago desde 21 de fevereiro. O Imas é o plano de saúde do servidor municipal de Goiânia e atende cerca de 83 mil pessoas, entre servidores, dependentes e agregados.O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) tirou Júnior Café do Imas em meio a uma crise com prestadores de serviço, que estavam suspendendo o atendimento por atraso no pagamento. Dias antes da exoneração, os principais hospitais e unidades de saúde da capital que atendiam os servidores interromperam o serviço e só voltaram após o novo presidente do instituto, o servidor de carreira da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Jeferson Leite da Silva, ter pago parte da dívida.Menos de duas semanas após Júnior Café deixar o Imas, o então secretário municipal de Governo, Arthur Bernardes, braço direito de Rogério na gestão, esteve no Ministério Pùblico do Estado de Goiás (MP-GO) para apresentar uma proposta embrionária de reforma no Imas, alegando que no dia 15 o prefeito descobriu por meio de um pente-fino feito por Jeferson que a situação do instituto era insustentável.Júnior Café chegou a rebater as informações repassadas por Bernardes, de que o prefeito não sabia do tamanho das dívidas do Imas e do suposto descontrole contábil no órgão. O ex-presidente afirmou que já havia alertado pessoalmente Rogério sobre o problema, inclusive pedindo o repasse de R$ 20 milhões em outubro de 2021 para que não se chegasse à situação vivida atualmente.Procurado pela reportagem, o ex-presidente do Imas disse que se reunirá com o prefeito para saber exatamente quais as novas atribuições, que será um trabalho voltado para área social, em conjunto com entidades filantrópicas, e que nos nove meses que em que ficou à frente do instituto não teve nenhuma reclamação contra seu trabalho. Sobre a situação caótica do Imas apontada pela própria prefeitura após sua saída, Júnior Café disse que logo em seguida a direção do instituto teria reconhecido que os dados são similares ao que ele vinha apontando anteriormente. Para o agora secretário executivo para Assuntos Sociais, é comum que uma nova gestão de um órgão como o Imas tenha uma impressão superdimensionada da situação vivida num primeiro momento, mas depois a realidade teria se mostrado como ele já informava.Na última terça-feira (8), 250 unidades de saúde anunciaram a suspensão do atendimento aos usuários do Imas alegando atraso de pagamento que chegava a 10 meses. O instituto afirmou que tem negociado constantemente com os prestadores de serviço e reconheceu que 90% deles estão com os pagamentos em dia só até agosto de 2021.Desde que assumiu o cargo no Imas, Jeferson não deu entrevista à imprensa.