O governador Marconi Perillo (PSDB) assume hoje o terceiro mandado no governo com um grande desafio: cumprir as promessas de campanha com o Estado em dificuldades financeiras. Segundo dados da equipe de transição criada pelo tucano, no âmbito administrativo a principal questão está na disponibilidade de recursos para executar investimentos. Na arena política, não há receio de conflitos relevantes com a oposição, que está reduzida e enfraquecida por fatores diversos, o problema pode vir da própria base aliada com a dificuldade de atender interesses de tantos partidos.Segundo aliados, Marconi deve começar promovendo uma reforma administrativa e procurando cortar gastos, ações realizadas também nos seus governos anteriores. A modernização da máquina administrativa e a busca de um Estado eficiente não são totalmente novidades nas realizações do tucano, que entre outras ações criou o Vapt Vupt, chegou a fazer "testão" para medir o conhecimento de servidores públicos no seu primeiro mandato e fez um corte linear de 17% dos gastos quando iniciou sua segunda gestão (leia o quadro acima).Lei delegada para promover as mudanças que queria, promessas não cumpridas de construir metrô e teleporto em Goiânia, além da crise com aliados que tirou PSB e PR ? e quase o DEM ? de sua base foram algumas das polêmicas que rodearam Marconi nos seus dois mandatos.Superado o passado, esse terceiro governo de Marconi deve focar a tecnologia como carro chefe para construir uma gestão eficiente. É o que afirma o controlador geral do Estado, José Carlos Siqueira, que será empossado amanhã."Essa é uma visão ampla, mas falo de tecnologia no sentido de ajustar o Estado, dar mais agilidade às suas ações, qualificar os serviços, com menor custo", afirma Siqueira.Siqueira aponta as áreas de saúde, educação e segurança pública como o tripé prioritário da próxima gestão. "Dificuldades deverão ser enfrentadas, sem dúvida. Vamos apresentar um plano de atuação de curto prazo, para os primeiros 180 dias do governo, em que a superação das dificuldades será prioridade", complementa.O cientista político Itami Campos afirma que um ajuste fiscal será imprescindível nesse primeiro momento. "Algumas propostas feitas por Marconi podem ser adiadas, mas acredito que esse ajuste pode frustrar um pouco as expectativas da sociedade nesse primeiro momento", avalia.Itami pondera que as soluções que o Estado espera concretizar com PPPs podem não vir com a facilidade que se espera: "O setor produtivo de Goiás tem visão empreendedora, mas não entram em um negócio se não vislumbram lucros. A visão é sempre que o Estado tem de doar, não o empresário. É um caminho, mas o Marconi vai enfrentar um segmento conservador".Nas relações políticas do governo, Itami não tem muitas perspectivas de conflitos com a oposição. "A gente ainda não sabe como o PMDB vai se articular para construir essa oposição e chegar em 2014 com um candidato. Mas não creio em dificuldades."E com a base aliada: "O custo político de ter 11 partidos aliados é alto. A questão é como ter tanto emprego e recursos para todos", pondera.Vecci nega aumento de pastasA equipe do governador Marconi Perillo (PSDB) afirma que em termos quantitativos não houve aumento do secretariado. O POPULAR mostrou ontem que haverá quatro novas pastas e mudanças de nomes em três cargos.O coordenador da equipe técnica de transição, Giuseppe Vecci, alega, no entanto, que outras três pastas serão extintas ? Secretaria-Geral da Governadoria, que passará para a Casa Civil, uma Extraordinária e a Ceasa, que terá concessão ou terceirização. O Gabinete de Movimentos Sociais, diz, não é nova pasta, mas estará subordinado à Casa Civil.