-Imagem (1.2502363)A família do ex-lutador de MMA José Carlos de Lima, morto por policiais militares durante um surto psicótico em agosto deste ano, no Jardim América, em Goiânia, disse que recebeu com tristeza a notícia da conclusão do inquérito da Polícia Civil sobre o caso, que apontou que os militares agiram em legítima defesa."Ele não atacou ninguém. Não bateu em ninguém. Ele apenas subiu na viatura. Subiu, pulou. O erro foi deles. Atiraram sem ele ter feito nada. Ele não atacou ninguém", afirmou Joelma Alves Coimbra de Lima, irmã do ex-lutador, ao POPULAR. Segundo ela, a família ficou arrasada e incrédula.José Carlos foi morto no dia 2 de agosto deste ano. Em um vídeo gravado por uma testemunha, ele aparece transtornado. O ex-lutador dá cambalhota, sobe na viatura da PM, pula no veículo e corre de um lado para o outro. Após alguns minutos, José, que não estava armado, leva dois tiros na barriga e morre.No inquérito enviado à Justiça diz que o ex-lutador estava em situação de flagrante por lesão corporal, dano qualificado, desobediência e resistência, o que justificaria, no entendimento do investigador Rhaniel de Almeida, a abordagem dos militares.Leia também:- Homem em aparente surto psicótico é morto em ação policial no Jardim América, em Goiânia; veja vídeo- Especialistas dizem que morte de homem que aparentava surto poderia ser evitada- OAB-GO vai acompanhar investigação do caso de homem em surto morto em ação da PM, em Goiânia- Policiais que mataram ex-lutador agiram em legítima defesa, afirma inquéritoJá a irmã não enxerga da mesma forma. "Atiraram nele sem necessidade, sabendo que ele estava em um surto. Dá para ver tudo [no vídeo]. O momento em que ele ajoelha e põe as mãos para trás. Ele não fez nada. Tinha como eles o imobilizarem e o prenderem. Quando uma pessoa está em surto, tem que chamar o Corpo de Bombeiros, uma ambulância. Não fizeram nada", afirmou."Ele era uma pessoa maravilhosa. Não é porque é meu irmão. Se ele fosse uma pessoa ruim eu não defenderia, mas ele nunca fez mal a ninguém. Era uma pessoa muito querida", acrescentou.Os policiais militares que fizeram a abordagem a José Carlos são Fabíola Cavalcante de Sousa, de 31 anos, e Robson Massaki, de 35. Na época, a PM havia afirmado que o homem havia partido "em direção a um dos militares no intuito de agredir, momento em que os policiais não tiveram outra opção e, para resguardar a prórpia vida e a de terceiros, efetuaram dois disparos no agressor". Ainda, que um inquérito seria instaurado para apurar o caso.Joelma afirmou que a família vai procurar alguma solução jurídica para a questão. "Nós não vamos aceitar isso", afirmou.Ela completou dizendo que a família ainda sofre vendo publicações maldosas nas redes sociais. "O que me deixa mais triste são os comentários das pessoas que nem conheciam ele falando que ele era bandido e parabenizando os policiais por terem o matado. Não, meu irmão não era bandido. Isso dói na família", desabafou.-Imagem (1.2532597)