Atualizada às 12h45.A família de Washington Novaes decidiu que fará uma pequena cerimônia nesta terça-feira (25) em sua homenagem para os parentes e amigos íntimos para evitar aglomeração em razão da pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2). A despedida será na própria funerária onde seu corpo se encontra, em Aparecida de Goiânia. De lá ele será levado para Vargem Grande do Sul, no Nordeste do estado de São Paulo, onde Washington Novaes nasceu e ainda vive dois de seus irmãos, Sílvia e Luiz Henrique. A morte de Novaes comoveu colegas de profissão, políticos, amigos e instituições.O jornalista e escritor, de 86 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (25). Ele estava internado desde quinta-feira (20) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Encore, em Aparecida de Goiânia. Novaes foi diagnosticado com um tumor no intestino há alguns meses e vinha se tratando, mas por decisão médica foi submetido a uma intervenção cirúrgica, mas teve complicações pós-operatória.Um dos filhos do jornalista, Pedro Novaes, contou que o pai vinha reagindo, e tendo melhora clínica, mas neste domingo (23) apresentou um quadro infeccioso e disfunção hepática.Washington Novaes, que é paulista, foi um dos primeiros jornalistas brasileiros a se dedicar ao meio ambiente. Além de escrever sobre o tema para diversos jornais do País, ele também virou consultor e documentarista. Para a então TV Manchete fez Xingu – A Terra Mágica, produção de 1984 que revelou ao mundo o modo de viver e a cultura dos índios daquela região. O jornalista vive em Goiânia há quase 40 anos.Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), Washington Novaes fez do jornalismo a sua opção de vida. Foi repórter, editor, diretor e colunista em grandes publicações do País. Na TV foi editor-chefe do Globo Repórter, editor do Jornal Nacional e comentarista do Globo Ecologia, todos na Rede Globo. Nas emissoras Manchete, Bandeirantes e Cultura também atuou como comentarista. Nos anos de 1990 foi secretário Meio Ambiente Ciência e Tecnologia do Governo do Distrito Federal. Ele possui vários livros publicados, entre eles Xingu, A Quem Pertence a Informação , A Terra Pede Água e A Década do Impasse.São inúmeras as ações que levam a assinatura de Washington Novaes como um exímio conhecedor das questões ambientais. Ele foi consultor do Primeiro Relatório Brasileiro para a Convenção da Diversidade Biológica, dos Relatórios sobre Desenvolvimento Humano, da Organização das Nações Unidas, de 1996 a 1998, e sistematizador da Agenda 21 Brasileira - Bases para a Discussão.Ele é um dos principais consultores do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) da cidade de Goiás.O jornalista deixa a mulher Virgínia e os filhos Pedro, João, Marcelo e Guilherme.