Um fazendeiro foi multado em R$ 602 mil depois de desmatar 302 hectares no Parque das Emas, localizado na divisa de Goiás e Mato Grosso do Sul. A investigação, realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi concluída nesta semana. Em junho deste ano, servidores da Unidade de Conservação, que é gerida pelo ICMBio, constataram que o desmatamento – naquela época acreditou-se que a área era de 50 hectares – ocorreu a 500 metros do portão do parque. Além de ser um corredor ecológico, o espaço também possui nascentes, visto que há uma presença de buritizais, espécie comum em terrenos com muita umidade. Na época, o diretor do ICMBio, Marcos Cunha, disse ao POPULAR que homens de Mato Grosso do Sul apresentaram documentos falsos para obter licenciamento para a retirada de árvores, omitindo informações. O espaço é uma área de preservação ambiental . “Entraram no Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul) com documentos falsos para obter o licenciamento. Tudo o que acontece a até 3 quilômetros do parque tem de passar por nós, desmatamento ou empreendimentos. Eles fizeram um mapa como se não tivesse área de amortecimento, não mencionam o parque. Esta é uma das últimas áreas de mata remanescentes fora do parque”, detalha. Ainda, segundo o servidor do ICMBio, o desmatamento na região se dá, sobretudo, pela pressão do agronegócio, pois a agricultura é forte e realizada com bastante maquinário. Ele destaca ainda que, desde 2012, quando houve a criação do novo Código Florestal, há interpretações errôneas sobre o que é uma área úmida e Áreas de Proteção Permanente.Dois tratores utilizados no desmatamento foram apreendidos e já devolvidos ao dono da fazenda.Leia também:- Desmatamento atinge 50 hectares do Parque das Emas, em Goiás- Goiás perdeu 31 mil campos de futebol de área de Cerrado em 2021- Polícia investiga desmatamento e retirada de água irregular no Rio Araguaia