-Imagem (1.2480684)Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, de 26 anos, investigado por matar o sogro dentro de uma farmácia, em Goiânia, prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (30) à Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH). Ele confessou ter cometido o crime. No entanto, não mencionou aos policiais ter problemas psicológicos, como sua defesa tem alegado. O jovem estava escondido na casa de sua família, no Jardim Riviera, em Goiânia, e foi preso na noite desta quarta-feira (29) após três dias de buscas.O crime ocorreu em uma farmácia localizada na avenida T-4, no setor Bueno, em Goiânia. Imagens de câmeras de segurança mostraram quando Felipe Gabriel se aproximou do balcão e disparou contra João do Rosário Leão.A vítima chegou a ser socorrida e levada em estado grave para o Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), mas não resistiu aos ferimentos.Transtorno de psicoseNa tarde da última terça-feira (28), o advogado de defesa de Felipe, Júlio de Brito, declarou que seu cliente sofre de transtorno de psicose desde os 5 anos de idade e que, por isso, vai tentar que ele responda ao processo em liberdade. Além disso, afirmou que a família tem um laudo que comprove a doença, mas o documento ainda não foi apresentado às autoridades policiais.“Pela maneira como ele agiu, [Felipe] não estava sendo capaz de discernimento, ele estava em surto psicológico. Mas a família me garantiu que tomou frente do negócio, que ele não vai matar ninguém ou fazer mal a alguém e que ele está se tratando. Então, a gente entende sim que ele tem plena capacidade de responder ao processo em liberdade”, garantiu Júlio.Indiciado por homicídioA Polícia Civil de Goiás (PCGO) informou que Felipe Gabriel será indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que dificultou defesa da vítima. Delegado que preside o inquérito, Rhaniel Almeida disse que as provas colhidas até o momento já são suficientes para o indiciamento, mas ainda deve pedir mais perícias. "Independente disso, já podemos encaminhar o inquérito para a Justiça."O delegado também reafirmou que a motivação de Felipe para os tiros contra o policial civil e dono da farmácia, João do Rosário Leão, foi o boletim de ocorrência registrado contra ele por conta das atitudes violentas registradas no sábado, dia em que foram para a festa junina em Aparecida de Goiânia. "Ele tinha intenção de ser policial e este registro atrapalharia."Acesso ao boletimA Polícia Militar de Goiás (PMGO) informou, nesta quinta-feira (30), que determinou a abertura de um Inquérito Policial Militar e um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar a situação, verificada em investigações, de um soldado da corporação que compartilhava com Felipe Gabriel o acesso ao sistema de boletins de ocorrência.Em nota, a PMGO destacou que abriu os procedimentos “tão logo tomou conhecimento”. “A corporação esclarece que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros e que o caso será apurado com o rigor devido”, concluiu. O soldado em questão já compareceu à delegacia e, segundo a Polícia Civil, prestou depoimento espontaneamente.Leia também:- Polícia apreende arma usada por Felipe Gabriel- Defesa de Felipe Gabriel pedirá revogação de prisão e exame de insanidade mental