-Imagem (1.2023503)A filha da mulher que morreu com coronavírus em Goiás e do homem que está internado no Hospital de Campanha (HCamp) publicou uma mensagem em sua conta no Facebook lamentando as mensagens de pessoas que, segundo ela, tentam “minimizar a letalidade do Covid-19”, o novo coronavírus. A família é de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal.A mulher afirma que as pessoas fazem isso compartilhando a informação falsa de que a mãe dela possuía várias comorbidades. “A única coisa que ela tinha era hipertensão. Não era diabética. E os problemas nos pulmões foram causados pelo coronavírus”, comentou.A filha conta que a mãe estava bem e cumpria a quarentena imposta pelo poder público. “Não viajou para o exterior e passava a maior parte do tempo na isolada na fazenda. Foi negligenciada assim que chegou no HDT em Goiânia, que mesmo sendo regulada para a unidade, teve que ficar quase uma hora aguardando UTI após 4 horas de viagem.”Ela também falou sobre a situação do pai, que seria hipertenso e, segundo ela, se recuperava bem de uma pneumonia. “Teve que ser levado à UPA (em Luziânia) por ter entrado em choque com a notícia da minha mãe. Foi encaminhado à Goiânia seguindo protocolos do Ministério da Saúde. Estava consciente, respira sem aparelhos se recupera bem na medida do possível.”Em seu depoimento, a filha do casal que contraiu coronavírus faz um desabafo sobre a situação do coronavírus no Brasil. “Agora podemos perceber o grave problema que muitos irão enfrentar. A falta de leitos, exames e a propagação do vírus. Eu realmente espero que essas pessoas que estão distorcendo a situação da minha mãe, e atualmente do meu pai, não tenham que passar pelo que nós estamos passando. Além de lidar com a dor, lidar com gente inescrupulosa. Pense bem antes de opinar em situações na qual você não está vivendo. Amanhã pode ser a sua família!”, protestou.A primeira morte pelo novo coronavírus em Goiás foi de uma mulher de 66 anos que morava em Luziânia, na manhã de quinta-feira, dia 26. Além de hipertensa, fato que a coloca em um dos grupos de risco, a mulher teria enfrentado uma dengue recentemente e ido para o Distrito Federal, segundo as secretarias Municipal de Saúde de Luziânia e Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO). As duas pastas também informaram que ela era diabética, o que a filha nega.Já o pai chegou a ser internado na UPA em Luziânia e foi transferido na noite de quinta-feira para o Hospital de Campanha (HCapm), inaugurado em Goiânia para atender os casos graves de coronavírus. Ainda não saiu o resultado oficial confirmando ou não se ele foi infectado.Após a morte, o governador Ronaldo Caiado (DEM) pediu que os goianos evitem ir para o Distrito Federal, onde a situação é mais grave do que a enfrentada em Goiás, conforme dados oficiais de casos confirmados.A reportagem entrou em contato com a assessoria da SES-GO e aguarda resposta.