Atualizada às 21h43Considerando os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, Goiás está em 19º lugar entre os que mais avançaram na vacinação contra a Covid-19. Já na comparação entre as 26 capitais, Goiânia fica um pouco atrás, na 21ª posição. A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) entende que ainda não é momento de discutir flexibilizações, como do uso de máscaras, por exemplo, mas de garantir que as pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal o façam, ainda que atrasado. Goiás tem, até agora, 48,11% da população total com as duas doses de imunizantes ou com a dose única. O estado está logo atrás de Rondônia e Mato Grosso, que também têm cerca de 48% de vacinados. No topo da lista aparece o estado de São Paulo, com 70,37% de pessoas que já receberam as duas doses ou a proteção única. Em seguida está Mato Grosso do Sul, com 65,47% de completamente imunizados. Para completar os cinco primeiros da lista ainda tem Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, todos com mais de 60% com esquema vacinal completo (veja quadro).Entre a 6ª posição e a 15ª posição, todos os estados já chegaram a 50% dos habitantes imunizados. Os cálculos consideram todos os moradores, não apenas as pessoas aptas a receberem a dose. Da 16ª posição em diante, todos têm menos que 49% de imunizados com as duas doses. Goiás aparece em 19º, à frente de Alagoas, com 46,14% e Amazonas, com 44,71%. Considerando os que menos chegaram a completar as doses está o Roraima, que só vacinou 28,08% da população. Os dados são do Consórcio Brasil.Superintendente de vigilância em saúde da SES-GO, Flúvia Amorim explica que existem vários problemas que impedem o avanço da vacinação em Goiás, entre eles, a falta de registro nos sistemas. “Alguns municípios atualizam os próprios quadros, mas não informam as plataformas do estado. Se olha no site deles, está atualizado, mas não fomos informados e, pra gente, aparece o dado errado. Já reforçamos com os gestores a importância desta atualização. Não podemos discutir flexibilização se não chegarmos a um número seguro de imunizados.”Flúvia Amorim ainda ressalta que esses municípios estão sendo notificados para que esta informação seja atualizada com rapidez porque as medidas e decisões sobre a pandemia no estado são baseadas nestes números. A superintendente ainda acrescenta que Goiás tem cerca de 900 mil pessoas com atraso na segunda dose. Ela diz que é preciso saber se realmente as doses não foram aplicadas ou se não houve o cadastro da aplicação no sistema. Para tentar minimizar este número, Flúvia diz que a SES-GO tem repassado lista nominal com contatos dos que receberam a primeira dose e não voltaram para o reforço. Cada cidade deverá, de acordo com sua logística e disponibilidade de pessoal, fazer busca ativa destas pessoas. “Seja por ligação ou indo diretamente nas casas dessas pessoas para agendar ou já aplicar a dose em atraso. Precisamos que a cobertura com a segunda dose seja ampliada e cada cidade terá de realizar este esforço e contamos ainda com as pessoas, para que procurem os postos para completar o esquema vacinal.”Entre os motivos para o alto número de pessoas que não foram aos postos tomar a segunda dose, a superintendente lista desde a falsa sensação de proteção, por conta da primeira dose, até pessoas que não desejam reação que, porventura, tiveram com a primeira aplicação. “Mas reforçamos que tomar as duas doses é extremamente importante e precisamos que as pessoas entendam que, para discutir suspensão do uso de máscaras, mesmo que apenas em ambientes abertos, precisamos de altas coberturas vacinais. Tomar só a primeira dose não resolve.” SES-GO reforça importância da segunda dose da proteçãoA demora do avanço da vacinação da segunda dose em muitas cidades não pode ser justificada pela falta de vacinas, segundo a superintendente de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO). “Todos os municípios ampliaram a oferta de locais de aplicação e a maioria nem tem mais agendamento. Não é falta de vacina, nem é problema de logística. Precisamos de conscientização para chegarmos a um alto nível de cobertura de vacina para pensarmos em discutir novos passos.”Flúvia entende que ainda não seja hora de debater a suspensão do uso de máscaras, como foi proposto em reunião dos gestores dos municípios nesta semana. Uma das ações tem sido pedir apoio de instituições, como a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Goiás (Acieg), Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio) e Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Goiás (Sinduscon) para buscar as pessoas que estão recusando a vacina, que são jovens entre 20 anos e 49 anos, que são maioria entre os que não voltaram para a dose dois. “Pedimos levantamento para acionar e fazermos campanha direcionada e conjunta.”Diretor de Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri afirma que caminhamos em direção a uma vacinação mais expressiva da população, já que muitos que tomaram a vacina no segundo semestre, até o fim do ano recebem a segunda dose. Mas ele entende que alguns estados se destacam por diversos motivos, entre eles, que alguns têm tradição de maior capilaridade de ação de busca de faltosos e de vigilância de registro das doses aplicadas. Kfouri ainda reforça que ter esta diferença de números entre os estados é comum para qualquer vacina e que não seria diferente com a Covid-19.EsforçoRenato Kfouri acrescenta que não se deve esperar por números específicos de cobertura vacinal, mas trabalhar para ampliar o máximo possível. Ele diz entender que esta é uma campanha difícil, já que as pessoas podem se esquecer da segunda dose ou sentir que já estão protegidas depois de uma só. Isso porque o brasileiro está acostumado com campanhas em dose única. “Todas as campanhas, de gripe, sarampo, febre amarela, são de uma única dose. Desta vez, não só de duas doses, mas com intervalo longo entre a primeira e a segunda dose, o que certamente faz ter um prejuízo no número de pessoas que não compareceram.”Ele reforça que o fato de, pela primeira vez, ter campanha com registro nominal de doses pode ser um facilitador para buscar os atrasados. “A gente sabe quem é o vacinado, onde mora, seu telefone, seu contato. Então é possível buscar esses faltosos.” Ele ainda diz que o esperado “fim da pandemia” ainda está longe. “É cedo para falar de fim da pandemia, de controle total, tem que continuar acompanhando o surgimento de novas ondas de circulação, como a Europa está vivendo agora e muitos outros países.”O especialista afirma que sempre existem as pessoas que não querem se vacinar, mas que, mesmo assim, é preciso buscar o aumento dos índices de controle. “As taxas de abandono, ou seja, essas pessoas que começam o esquema e não terminam, normalmente ficam em torno de 15% a 20%. Numa pandemia espera-se pouco. A gente tem trabalhado com atraso na ordem de 12%, 13%, de quem já tomou a primeira e não apareceu para a segunda dose. São números pequenos e recuperáveis. Importante dizer que tem de ter todo esforço para que isso seja o menor possível.” (Cristiane Lima e Catherine Moraes)Goiânia é 21ª na imunizaçãoEntre as capitais, Goiânia está em 21º no ranking de pessoas que tomaram as duas doses contra a Covid-19. Para ampliar o total de imunizados, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem ampliado o total de locais com doses disponíveis. Diretora de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Goiânia, Grécia Pessoni diz que, para uma cidade do tamanho de Goiânia, é complicado ir à casa das pessoas para aplicar a segunda dose. “O que temos feito, com apoio da mídia, é divulgar os locais de vacinação. Ampliamos de 20 para 60 postos nas duas últimas semanas, aumentando 40 postos para facilitar que as pessoas busquem as vacinas mais perto de suas casas.”Grécia diz que a SMS também tem feito contato com empresas para que os trabalhadores sejam orientados sobre a importância da vacinação completa. “Além disso, a vacina não precisa mais de agendamento. Isso tudo deve facilitar mais.” Ela reforça que os postos funcionam das 8 às 18 horas de segunda a sexta-feira e que, aos sábados, algumas unidades permanecem abertas para atender quem teve dificuldade durante a semana. Estes locais são informados sempre a partir das 17 horas de sexta-feira no site da Prefeitura.Superintendente de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim ressalta que todas as pessoas que já tomaram a primeira dose contra a Covid-19 da AstraZeneca ou da Pfizer há mais de 60 dias já podem procurar um posto com o comprovante da dose um. Essas duas vacinas tiveram seus prazos reduzidos de três meses para dois meses entre as doses. Basta levar os documentos pessoais e o comprovante da primeira dose.Para quem não tem o registro da dose um, também pode ir até o posto. A conferência da data em que recebeu o imunizante pode ser feito pelo sistema ConectSus, que mantém atualizados os dados da vacinação contra a doença causada pelo Sars-CoV-2. A regra vale para todo o estado. A diretora de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Goiânia, Grécia, diz que sem o cartão, pode demorar um pouco mais, mas garante que os técnicos estão preparados para resolver este problema e garantir que a população receba a dose. -Imagem (1.2352512)