Ainda em janeiro devem chegar a Goiás cerca de 150 mil doses da vacina contra a Covid-19. A maior possibilidade é de que ela seja a fabricada pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford (Inglaterra), que será produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A aplicação das doses nos goianos, no entanto, deve ocorrer em fevereiro. Em todo o Brasil, serão 2 milhões de doses nesse primeiro lote e Goiás fica com 7% a 8% desse total (variando entre 140 mil e 160 mil), pelo critério populacional que será adotado pelo Ministério da Saúde.No entanto, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) estima que 1.247.635 pessoas em território goiano estejam dentro dos critérios estabelecidos no plano nacional de vacinação como prioridade para receber a imunização. Neste grupo há idosos (acima de 65 anos), profissionais de saúde, pessoas com comorbidades, professores e profissionais de segurança pública e salvamento. Superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim explica que, assim, serão adotados critérios dentro desse grupo para a aplicação das primeiras doses da vacina.O principal critério será quanto ao risco de morte ou de agravamento com a contaminação pelo coronavírus (Sars-CoV-2). “Nós temos cerca de 600 mil idosos no Estado, mas temos cerca de 140 mil acima de 85 anos, que são as pessoas que mais correm risco com a Covid-19. Estas devem ficar com essas primeiras doses, mas vai depender de quantas vierem”, explica Flúvia. A superintendente afirma que, nesta escala, os profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra a Covid-19 estão em seguida na fila e podem participar da imunização deste primeiro lote a depender da quantidade de doses que chegará ao Estado.Flúvia conta que a expectativa da SES-GO é que as doses cheguem ao Estado ainda na segunda quinzena de janeiro e que a população prioritária receba a primeira fase da imunização já no mês de fevereiro. Esse critério de priorização será o mesmo para as cidades, ou seja, a quantidade de doses a ser levada aos municípios será de acordo com o número de pessoas estimadas dentro daquele grupo de risco. Nesta primeira fase, por exemplo, cada cidade vai receber um número de doses de acordo com a quantidade de idosos acima de 85 anos no levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.Para esta vacina da AstraZeneca, a rede de frios já pertencente aos municípios é suficiente para a armazenagem das doses, que necessitam de resfriamento entre 2°C e 8°C. No entanto, Flúvia acredita que, a partir de fevereiro, a chegada de doses desse tipo e também produzidas por outros laboratórios será constante. No caso da vacina produzida pela Pfizer é necessário o resfriamento a -70°C e para isso o Estado prepara a utilização de ultrafreezers, em que já há seis equipamentos garantidos. Três deles são do Hemocentro e a outra metade da Universidade Federal de Goiás (UFG).A superintendente conta que a preparação dos profissionais nos municípios para a aplicação da vacina não será problema. Isso porque o tipo de vacina é condizente com o que já se tem no calendário normal de vacinação. “O local de aplicação, o armazenamento, o tipo de seringa e agulha é igual ao que nós já usamos, então é rápida essa preparação. É possível fazer à distância mesmo”, conta. Flúvia explica que assim que houver a chegada da vacina e a sua distribuição aos municípios, o início da campanha será rápido.“Temos essa previsão de começar em fevereiro e chegada em janeiro, mas temos de lembrar que nenhuma vacina ainda foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, diz ela. Nesta segunda-feira (4), a vacina da AstraZeneca foi submetida à apreciação e aprovada pela agência reguladora do Reino Unido. A previsão é que a Anvisa finalize o processo de revisão da mesma vacina no dia 15 de janeiro. Estado tem seringas suficientesDe acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), a quantidade de seringas e agulhas compradas em dezembro de 2020 são suficientes para a vacinação de todo o grupo prioritário. A estimativa é que 1.247.635 de pessoas em Goiás tomem primeiro as doses de vacinas contra a Covid-19, o que deve ocorrer até o fim deste ano. O Estado adquiriu 2,5 milhões de seringas de polipropileno de 1 mililitro com as agulhas, em edital fechado no dia 1º de dezembro do ano passado. A previsão era de que cada objeto custasse R$ 0,34, mas pela concorrência no processo de licitação, a compra foi fechada em R$ 0,31 por item, totalizando um investimento de R$ 775 mil. Os equipamentos devem chegar até o fim deste mês ao almoxarifado da SES-GO. De acordo com o termo de referência do processo licitatório, esta quantidade garante a vacinação do grupo prioritário, já que serão necessárias duas doses da vacina em cada pessoa para garantir eficácia na imunização.A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, explica ainda que o Estado já tem em estoque 1,3 milhão de seringas e agulhas. “Muitas pessoas ficaram sem vacinar esse ano, infelizmente, e esse resíduo que era para ser usado em 2020 ainda resta e poderá ser usado agora.” O lote de 2,5 milhões de seringas foi adquirido apenas para a vacinação contra a Covid-19. “Isso sem contar o que o governo federal deverá enviar, pois o processo deles deu nulo (quando não há interessados), mas eles conseguiram alguns kits”, diz Flúvia.Ela reforça ainda que a campanha de imunização contra a Covid-19 não vai desfalcar a vacinação contra outras doenças ao longo do ano. Ainda em novembro, o Estado fechou licitação para a aquisição de 7,4 milhões de seringas e agulhas deste mesmo tipo, que é o utilizado na maior parte das vacinas aplicadas intramuscular (braço). “Fomos os primeiros a adquirir as seringas e agulhas e estamos tranquilos quanto a isso. Só estamos mesmo esperando as doses chegarem, o resto está tudo pronto e preparado”, confirma a superintendente.Plano estadual sai nesta semanaO plano estadual de imunização contra a Covid-19 será apresentado ao Centro de Operações Emergenciais (COE) nesta quarta-feira (6) antes de ser publicado e divulgado à população. O documento foi debatido durante toda a tarde desta segunda-feira (4) entre os técnicos da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) e o secretário, Ismael Alexandrino. Nele, estará detalhada toda a capacidade instalada para a vacinação no Estado, como a quantidade de câmaras frias e refrigeradores e de profissionais de saúde para a aplicação das doses. O plano também traz recomendações aos municípios de como proceder com a vacinação, os grupos prioritários e informações gerais sobre todos os tipos de vacinas que podem chegar ao Estado, devido a variedade de laboratórios que estão produzindo as doses.A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim conta ainda que o documento explica aos técnicos das secretarias municipais como devem ser registradas no sistema on-line as doses e as pessoas que as receberam, para que se tenha o controle se as diretrizes do Ministério da Saúde estão sendo seguidas. Além disso, há informações sobre a forma de armazenamento de cada vacina. Flúvia diz ainda que o plano estadual vai explicar como deve funcionar a vigilância sanitária. “Isso já existe em qualquer campanha de imunização e vai funcionar nesta também”, diz. Essa forma de vigilância sanitária é a atenção e o acompanhamento que os agentes de saúde vão ter com quem receberá as doses da vacina, de modo a acompanhar se houve alguma reação à substância, se houve contaminação pela Covid-19 ou outras consequências.-Imagem (1.2175548)