Mais de 35% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para Covid-19 foram revertidos para atendimento de pacientes com outras doenças em Goiás. De 641 vagas existentes em 1º de janeiro, a rede pública estadual tem agora 401. E o processo se intensificará com a já anunciada desmobilização do Hospital de Campanha de Uruaçu e a iminente transformação do Hospital de Campanha de Goiânia no Hospital da Criança.De acordo com o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, o HCamp Goiânia deve ter o perfil modificado ainda este ano. A SES-GO trata da aquisição do hospital, que hoje pertence ao Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo). A alteração visa a desmembrar o Hospital Materno-Infantil, que ficará com as especialidades de ginecologia e obstetrícia. “A ideia é que isso ocorra ainda este ano, provavelmente em dezembro”, diz.O Hospital de Campanha de Goiânia tem cem leitos de UTI exclusivos para tratamento de pacientes com Covid-19. Nos piores momentos da pandemia, como em fevereiro, quando a segunda onda ganhou força, chegou a ter 100% de ocupação. Na tarde desta segunda-feira (8), a taxa de ocupação estava em 13%. Desde que foi inaugurado, atendeu 7.667 pacientes – 1.795 morreram. Quando ele estiver desmobilizado, o público hoje direcionado para o hospital será absorvido por outras unidades reguladas pela SES-GO.Ainda este mês, no dia 29, o Hospital de Enfrentamento à Covid-19 do Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, vai assumir um novo perfil de atendimento. Esta é a primeira unidade do Estado que passa pela mudança desde o início da pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2). A unidade de saúde, que custou mais de R$ 117 milhões, passa a se chamar Hospital do Centro-Norte Goiano (HCN) e será destinado ao atendimento regional com pronto-socorro, cirurgias, maternidade e oncologia.Alexandrino afirma que o hospital vai atender a um perfil de assistência para o qual foi criado. Para a pasta, esta é considerada a maior obra na área da saúde da região Norte de Goiás. O HNC foi lançado em março de 2021, durante um período mais crítico da pandemia, e a mudança que ocorre agora é possível devido à queda no número de casos confirmados e de internações.Desde 13 de março, quando foi inaugurado, o hospital realizou 1.249 internações por Covid-19. No total, 792 tiveram alta médica, 32 pacientes foram transferidos e 417 óbitos foram registrados. Na inauguração eram 68 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e 118 enfermarias. Hoje, são 20 UTIs e 20 enfermarias Covid-19 em operação, mas apenas oito vagas de UTI estavam ocupadas nesta segunda-feira (8), conforme informações da SES-GO. Com a mudança, pacientes com coronavírus serão encaminhados para outras unidades pela regulação estadual.Goiás ainda possui seis hospitais de campanha em Luziânia, Formosa, São Luís de Montes Belos, Jataí, Goiânia e Itumbiara. Alexandrino afirma que a tendência, por enquanto, é manter apenas o de Luziânia exclusivamente para pacientes com coronavírus. Os demais devem atender, na medida do possível, outras doenças e cirurgias eletivas, que não são urgentes e que ficaram represadas durante a pandemia. “A demanda para leitos exclusivos para Covid-19 tem sido pouca”, diz o secretário.Conforme O POPULAR mostrou na edição de segunda-feira (8), pela primeira vez o mapa de risco para a doença em Goiás está no nível mais baixo, o de alerta. “Esse é um momento que esperávamos e que sabíamos que iria chegar”, comemora.Alexandrino explica que a tendência, para o ano que vem, é que a Covid-19 deixe de ser uma doença pandêmica, salvo algum revés no cenário atual, como surgimento de variantes resistentes às vacinas. Assim, ela será tratada como as demais enfermidades. A SES-GO trabalha com a possibilidade de que o Hospital de Doenças Tropicais (HDT) seja a referência para tratamento, como ocorre com outras doenças infecciosas, como a causada pelo vírus H1N1.Em setembro passado, cidades como Anápolis e Itumbiara começaram a desmobilizar leitos para que pudessem ser usados para o tratamento de outras doenças. Nesta segunda-feira (8), o painel da SES-GO apontava que em Itumbiara, nove pacientes permaneciam internados, sendo oito em UTI e um em enfermaria. No HCamp de Luziânia, 65 pacientes, sendo 36 em enfermaria e 25 em UTI. Na capital, 21 pacientes: 15 em UTI e seis em enfermaria. Mortalidade cai e vacinação avançaNeste domingo (8), o boletim diário divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) não apresentou nenhuma morte por Covid-19 em 24 horas. Em todo o mês de outubro foram confirmados 371 óbitos pela doença e o número foi o menor desde maio de 2020, quando 146 pessoas morreram por complicações da Covid-19. Os números, comparados a setembro deste ano, apresentam redução de 51% nos registros. No total, 24.331 óbitos por Covid-19 foram confirmados em Goiás e 908.205 casos confirmados da doença. Da mesma forma, há redução no número de internações em leitos de UTI Covid. Ao longo dos 31 dias do mês foram 312 internações contra 925 em setembro, uma diminuição de 66,27%. O menor índice anterior havia sido registrado em maio de 2020, com 289 pacientes internados. Na semana epidemiológica que terminou no sábado (6), 40 mortes foram contabilizadas. A quantidade ainda pode mudar devido ao intervalo entre a ocorrência e a notificação, mas é o menor número semanal desde a semana epidemiológica do dia 16 a 22 de março do ano passado, quando morreram 22 pessoas.<A vacinação por outro lado, avança, o que é sinal claro da eficácia da imunização, mas a meta é chegar por completo (com duas doses ou dose única) a 70% da população geral. Até o momento, mais de 5 milhões de pessoas receberam a primeira dose, o que corresponde a 74% da população. Até agora, entretanto, apenas 48% (3,4 milhões de pessoas) estão com o calendário completo, com duas doses ou com o imunizante da Janssen, que é de dose única. Na capital, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou nesta segunda-feira (8), a antecipação da segunda dose das vacinas Pfizer e AstraZeneca de 12 para 8 semanas. A mudança já está disponível em 64 postos de saúde da capital e quem recebeu a primeira dose pode retornar um mês antes do previsto no cartão de vacina. Pela manhã, 84,1% da população acima de 18 anos da capital havia recebido a primeira dose. A segunda, entretanto, alcançou 58,55% da população da capital usando os mesmos parâmetros de idade. O objetivo, entretanto, é imunizar pelo menos 70% da população total da cidade com as duas doses da vacina. Isso inclui somar as crianças e adolescentes, ainda que os imunizantes só estejam disponíveis a partir de 12 anos. Desta forma, com população estimada em 1.555.626 em 2021, significa que 63,22% dos moradores da capital receberam a dose 1 e apenas 44% o esquema completo. Nesta segunda-feira, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia anunciou que adiantará a segunda dose do público de 12 a 17 anos, de 12 para oito semanas. -Imagem (1.2351239)