Atualizada às 22h19Goiás foi o estado com o maior número de vítimas de crimes contra crianças e adolescentes atendidas entre junho e julho, na região Centro-Oeste. Foram registradas 509 pela Polícia Civil (PCGO), por meio da operação Acalento, coordenada pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi/MJSP), que atuou em 35 cidades goianas. De acordo com a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), os crimes de abandono de incapaz, abuso sexual, estupro e lesão corporal são alguns dos investigados. Nove pessoas foram presas em flagrante. Em toda região, as equipes das respectivas polícias civis de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal atenderam 967 vítimas, realizaram 94 prisões e aplicaram 75 medidas protetivas solicitadas. Ainda, a região cumpriu dez mandados de busca e apreensão e 86 adolescentes foram apreendidos.Dentro do estado goiano, segundo a DPCA, foram expedidas 43 medidas protetivas de urgência, concluídos 190 inquéritos policiais e instaurados outros 160. Foram necessários 193 policiais civis mobilizados e 78 viaturas em Goiás. No entanto, não é possível afirmar que o número de vítimas registradas no estado goiano tenha sido maior por decorrência da quantidade de agentes inseridos na operação ou outra influência externa. Além disso, não são explicitados os tipos e quantidade dos crimes.“Os dados que o MJSP dispõe não contemplam a qualificação dos tipos de crimes, portanto, não temos como qualificar nem quantificar os principais crimes”, informou o MJSP ao POPULAR.No âmbito nacional, foram atendidas 18.542 vítimas, solicitadas 2.700 medidas protetivas, presos 1.588 agressores, cumpridos 313 mandados de buscas e apreensão e realizadas 1.121 palestras e campanhas educativas, das quais 599 foram no Centro-Oeste. Porém, o MJSP não realizou um ranking nacional por estado. A operação Acalento foi realizada entre 13 de junho e 13 de julho, nos 25 estados do País e Distrito Federal. A data para deflagrar a operação é em alusão ao 32º aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente, que foi instituído pela Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. De janeiro de 2021 a abril de 2022, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH/MMFDH) registrou cerca de 130 mil denúncias, o que motivou a deflagração da Operação Acalento, que chega em 2022 à sua segunda edição.Os focos das investigações de crimes contra crianças e adolescentes, abrangeram violência física, violência sexual, exploração, aliciamento, maus tratos, homicídios e outros, com a instauração de procedimentos policiais, cumprimento de mandados judiciais, ações preventivas com campanhas e palestras, entre outras atividades, conforme comunicado pelo MJSP. A reportagem tentou entrar em contato com os representantes jurídicos da Vara de Crimes contra Hipervulneráveis, mas não obteve sucesso até o fechamento desta matéria.Disque Denúncia Disque 100 para entrar em contato com o serviço de disseminação de informações sobre direitos de grupos vulneráveis e de denúncias de violações de direitos humanos, realizado pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos.Também é possível ser atendido pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e pelo canal de denúncia de violação de direitos humanos exclusivo para pessoas surdas ou com deficiência auditiva via videoconferência na Língua Brasileira de Sinais (Libras).Para receber atendimento ou fazer denúncias pelo WhatsApp, é só enviar mensagem para o número (61) 99656-5008. Também é possível ser atendido pelo aplicativo Telegram digitando “Direitoshumanosbrasil” na busca.Outros canais de denúncia são os conselhos tutelares, delegacias, Ministério Público e 181. (Manoella Bittencourt é estagiária do GJC em parceria com a PUC-Goiás).Leia também:- Abuso sexual infantil: como identificar, prevenir e combater- Aumenta proporção de crianças com até 13 anos vítimas de estupros no Brasil- Espanha aprova 1ª lei de proteção contra abuso sexual na infância