O número de casos confirmados de dengue em Goiás subiu mais de 200% na cinco primeiras semanas do ano, em comparação com o mesmo período de 2021. De acordo com o boletim da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), foram 17,5 mil casos notificados, diante de 5,8 mil nas primeiras semanas do ano passado.Apesar do aumento das infecções, ainda não há notificação de mortes confirmadas pela doença. Há, contudo, dez óbitos suspeitos. Três deles, em Goiânia. Os demais ocorreram em Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás, Inhumas, Itaberaí, Itapaci, Porangatu e Trindade. Em 2021, foram confirmadas 12 mortes em decorrência da dengue no estado.O boletim demonstra, ainda, que Goiás tem 62 municípios com alto risco para a transmissão da doença no momento. Alto risco é quando a incidência de casos é maior de 300 a cada grupo de 100 mil habitantes.Outros 65 estão em risco médio, que é quando há de 100 a 299 casos notificados por 100 mil habitantes. Os demais estão em baixo risco, conforme os critérios da SES-GO. Goiânia está nessa faixa.A dengue tem quatro tipos, conforme o vírus circulantes. De acordo com os especialistas, a quantidade de pessoas doentes aumenta quando há uma população susceptível ao vírus circulante no momento. Neste ano, a predominância é do Den-1, que corresponde a 94% dos diagnósticos positivos.Ação de prevençãoNeste sábado, a Central Única das Favelas (Cufa) deu início a uma campanha de conscientização sobre os cuidados para evitar a proliferação do Aedes aegypt, o mosquito que transmite a dengue, nas periferias das cidades. A ação começou por Aparecida de Goiânia, que já teve 1.063 casos este ano. Conforme a classificação da SES-GO, são 93 casos a cada 100 mil habitantes.A mobilização teve início no setor Madre Germana, e contou com apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia. Além da orientação aos moradores, foram distribuídos kits de higiene. Nas próximas semanas, outros municípios serão visitados.Presidente da Cufa, Breno Cardoso, diz que o local escolhido para dar início à ação tem relação com o fato de que as lideranças da Cufa são pessoas das próprias regiões em que ela ocorre. Segundo ele, foram mais de 2 mil casas visitadas, onde foram encontrados vários possíveis focos do mosquito. De acordo com Cardoso, as parcerias com o poder público são essenciais para a campanha. “Os agentes de saúde é que são capacitados, (eles) tiram a água empoçada, colocam os inseticidas”, lembra.