Goiás registrou 371 óbitos por Covid-19 no mês de outubro, o menor número desde maio de 2020, quando 146 pessoas morreram por complicações da doença. Em comparação com setembro deste ano, que registrou 758 mortes, houve uma queda de 51% nos registros. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) e também apontam redução no número de internações em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) por Covid-19. Ao longo dos 31 dias do mês foram 312 internações contra 925 em setembro, uma diminuição de 66,27%. O menor índice havia anterior havia sido registrado em maio de 2020, com 289 pacientes internados.Superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim afirma que este é, com certeza, o melhor momento que vivemos, desde o início da pandemia. Os resultados incluindo mortalidade e internações são atribuídos à vacinação. Até o momento, 47,7% de toda a população do Estado estão completamente imunizados contra a Covid-19, seja com duas doses ou com dose única.Se o recorte for feito com a população acima de 15 anos, 90% receberam a primeira dose e 60% estão com o esquema vacinal completo. “Hoje vivemos o melhor momento, mas os números não podem ser interpretados como o fim da pandemia”, alerta a superintendente de Vigilância em Saúde. De acordo com o Painel Covid, da SES-GO, 5 milhões de pessoas receberam a primeira dose em Goiás, e 3,3 milhões, a segunda ou a dose única.Entre sábado (30/10) e terça-feira (2/11), houve apenas três solicitações de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com Covid-19 em Goiás: duas no domingo (31) e uma na segunda (1º). No sábado e na terça-feira não houve novos pedidos, segundo a SES-GO. “A queda no número de pedidos de internação em UTIs é um indicador importante, mas não podemos pensar que a pandemia acabou. Outros países passaram pelo que estamos passando e relaxaram demais, abandonaram a máscara, como Holanda e Reino Unido e estão tendo de retomar as restrições. O pedido é manter o uso das máscaras, distanciamento de pelo menos um metro e escolha por locais abertos, com ventilação”, diz FlúviaEm Goiás, nesta quarta-feira (3), a taxa de ocupação nas Unidade de Terapia Intensiva exclusivas para Covid-19 era de 30%, com 121 pacientes internados na rede administrada pela SES-GO. Nas enfermarias, a taxa de ocupação era de 17%, com 65 pacientes.Transmissão O último mapa de risco do estado aponta apenas uma região em situação crítica e nenhuma delas em calamidade. A região considerada crítica é a dos Pirineus, que engloba os seguintes municípios: Abadiânia, Alexânia, Anápolis, Campo Limpo de Goiás, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goias, Gameleira de Goiás, Goianápolis, Pirenópolis, Terezópolis de Goiás.“Desde o início da pandemia (da Covid-19), estamos vendo uma melhora gradativa deste mapa. Sabemos que, de uma forma geral, as pessoas estão ansiosas, mas nosso recado é que o momento de volta completa à normalidade vai chegar e está cada vez mais próximo, mas não podemos nadar e morrer na praia. Ainda é preciso cautela. Precisamos de 70% da população total de Goiás imunizada por completo”, acrescenta Flúvia.CriançasUm dos motivos de preocupação é o aumento proporcional de infecções pelo coronavírus Sars-CoV-2 em crianças. Flúvia Amorim diz que a Covid-19 tem avançado nesse público nos últimos meses. Apesar disso, afirma que os números de novos casos não se converteram em hospitalização e mortalidade, como ocorreu com os jovens quando avançava a vacinação dos idosos, por exemplo. Até o momento, a vacinação está disponível apenas a partir de 12 anos.Apesar disso, Pfizer e Coronavac aguardam liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para crianças menores. Em Goiás foram registradas 39 mortes em crianças abaixo de 10 anos e 15 com idades entre 10 e 14 desde o início da pandemia. Brasil apresenta menor média móvel de óbitosO cenário de redução de mortes é nacional e observada em todos os estados. Especialistas afirmam que esse é um reflexo do avanço da vacinação. Pelo menos 20 estados do país apresentavam queda, três estavam estáveis (São Paulo, Maranhão e Sergipe) e três ainda apontavam crescimento dos óbitos (Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) na tarde de quarta-feira (3). Na segunda-feira (1º), a ferramenta Monitora Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), registrou 311,43 óbitos na média móvel de sete dias no Brasil. O número foi o menor desde 28 de abril de 2020, no início da pandemia do coronavírus, quando foram 325,14. No dia 12 de abril deste ano, quando Goiás bateu recorde de mortes (256 em 24 horas), o país também teve seu pico, com 3.123,57 óbitos por complicações da Covid-19. Por quase dois meses, entre 17 de março e 10 de maio de 2021, mais de 2 mil pessoas morreram no Brasil diariamente em decorrência da doença. Entre 10 de maio e 6 de junho, o Brasil teve queda no número de morte. Entre 13 e 22 de junho, os óbitos voltaram a alcançar mais de 2 mil/dia. Foi aí que novamente começaram a cair e, desde 4 de outubro, se mantiveram abaixo de 500. Em 2020, foram mais de 1 mil por dia entre 25 de maio e 25 de agosto. Em novembro, um pico de baixa foi registrado no dia 11, com 323 óbitos na média móvel. Ao todo o país soma mais de 608 mil mortos pela doença, sendo 24.254 em Goiás. -Imagem (1.2347979)