A Secretaria de Saúde de Goiás espera contar com ao menos sete superfreezers capazes de armazenar a vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19. Três unidades pertencem ao Estado e as demais viriam por empréstimo, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).O imunizante, que está na frente da fila do Ministério da Saúde, precisa ser refrigerado a -70° Celsius para não perder a eficácia. Apesar de o governo federal ainda não ter informado uma data para o início da imunização, a vacina, que já começou a ser aplicada no Reino Unido e nos Estados Unidos, deve ser a primeira a primeira a chegar e ser distribuída no Brasil pelo MS. No dia 10 deste mês, o Brasil assinou um memorando de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer.Os três superfreezers do Estado são do Hemocentro. Um deles está em Rio Verde. “Eles fazem parte da reestruturação que estamos fazendo no Hemocentro e são novos”, diz o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino. Os freezers são usados para congelamento e conservação de hemocomponentes crioprecipitados e plasmas. Mas o local possui outros freezers, que chegam a -30° C e que também podem armazenar os derivados do sangue. De acordo com Ismael Alexandrino, outros dois freezers, com 422 litros de capacidade cada, devem chegar ao Estado no início de 2021. “Se necessário, eles também serão usados para armazenamento”, diz.Em todo o país, prefeituras e governos estaduais buscam parcerias com universidades para o uso dos ultrafreezers utilizados comumente para armazenamento de materiais utilizados em pesquisas acadêmicas. Um acordo entre a prefeitura de Belo Horizonte e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) garantiu à administração municipal a concessão de cerca de 15 freezers para o armazenamento de doses da vacina.Em Goiás, a expectativa do governo estadual é de que a UFG ceda três freezers e a PUC-GO, um. O pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFG, Jesiel Carvalho, esclarece que nesta quarta-feira (16) membros da SES-GO estarão na universidade para discutir o assunto. “Fizemos um levantamento do que podemos disponibilizar e amanhã (quarta-feira, 16) os técnicos da secretaria estarão aqui para visitar esses freezers e conversar diretamente com os pesquisadores que são responsáveis por eles”, diz. Atualmente, a UFG possui cerca de 20 unidades desses freezers. A PUC-GO não informou quantas unidades irá disponibilizar, mas comunicou que conversa com o governo e que o intuito é contribuir com o poder público. Transporte é o maior desafioO transporte das doses da vacina da Pfizer e da BioNTech até as cidades do interior goiano é o maior desafio que o governo estadual irá enfrentar caso seja ela a vacina enviada pelo governo federal. Isto porque as doses da vacina precisam ser armazenadas a uma temperatura de -70° Celsius (C). Uma das estratégias pensadas pela Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) é levar os superfreezers até pontos estratégicos para onde as pessoas possam se dirigir. “Inicialmente, pensamos em Goiânia, na região Sudoeste (Rio Verde) e em alguma cidade do Entorno do Distrito Federal, muito provavelmente Águas Lindas de Goiás’’, explica o titular da SES-GO, Ismael Alexandrino. Neste momento, de forma emergencial, apesar de o primeiro grupo prioritário da vacinação contar com idosos com mais de 75 anos, pessoas com mais de 60 anos que vivem em abrigos ou hospitais psiquiátricos e indígenas, serão vacinados os profissionais de saúde. A informação foi dita pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), durante a inauguração do novo Hospital das Clínicas (HC), da Universidade Federal de Goiás (UFG), na segunda-feira (14). “Daremos prioridade a toda a área da saúde, para que depois possamos avançar em um plano nacional e chegar em todos os segmentos da sociedade”, disse Caiado. Alexandrino ratifica a informação. “Se realmente for essa a vacina que usaremos, eles irão até esses locais determinados e serão vacinados primeiro”, afirma.