O motorista que circula em Goiânia observará mudanças na fiscalização e monitoramento do trânsito até o fim de 2023. As atuais lombadas eletrônicas serão substituídas por equipamentos que, além da aferição da velocidade, serão capazes de contar a quantidade de veículos que passam por eles. Outra novidade será a adoção da Área Azul Digital, com ampliação das atuais 3,5 mil para 11 mil vagas.As mudanças fazem parte de um pacote que está sendo chamado de Sistema Digital de Controle de Trânsito. Ao todo, são 12 produtos, que incluem atualização da semaforização, construção de uma central de controle, uso de drone no monitoramento e outras. A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) promete que tudo estará “nas ruas”, conforme o presidente do órgão, Horácio Mello, até o fim do ano que vem.A primeira licitação será para a troca da fiscalização eletrônica na capital, cujo edital deve ser publicado no dia 27. O processo deveria ter ocorrido em fevereiro, mas foi suspenso pela SMM após uma medida cautelar do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Por isso, o contrato com a Eliseu Kopp, responsável atual pelo serviço, teve de ser prorrogado.O edital previa a ampliação de 258 para até 325 pontos de fiscalização. A SMM não informou detalhes sobre o novo edital, mas Horácio Mello adiantou ao POPULAR que devem ser cerca de 600 faixas. Uma rua pode ter duas ou três faixas, a depender de sua largura, explica o presidente do órgão de trânsito.Leia também:- Avenida 44 terá velocidade máxima de 40 km/h a partir da próxima semana, diz secretário- Mais empreendimentos vão precisar de estudo de impacto de trânsito em Goiânia- Rua 44 terá mão única e perderá ilha, em GoiâniaOs equipamentos que serão instalados terão mais funções além da de aferir a velocidade máxima. Eles poderão, por exemplo, contar a quantidade de veículos que passam pelo local, diferenciando pelo tipo (carro de passeio, moto, caminhões ou ônibus), e informar se há algum acidente. Será possível também reconhecer se algum veículo com registro de furto ou roubo passou pela lombada. O valor do contrato deve ser de cerca de R$ 50 milhões por ano.“A fiscalização eletrônica fornecerá a medição do nível de serviço da rua (quantidade e tipo de fluxo) e há uma média. Mas quando houver um evento atípico, abre uma tela na Central (de Monitoramento) indicando que ali há um problema”, afirma Mello. Dessa forma, diz, será possível intervir no problema.A fiscalização eletrônica do trânsito de Goiânia tem enfrentado problemas desde o início da gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Em novembro de 2021 e em fevereiro de 2022, os equipamentos foram desligados pela Eliseu Kopp, que alegou, nas duas oportunidades, falta de pagamento por parte da Prefeitura.Área azulA Área Azul de Goiânia deverá ter o número de vagas triplicado até o fim de 2023. A promessa é da Secretaria Municipal de Mobilidade. Atualmente, são 3,5 mil disponíveis. A intenção é que sejam 11 mil. Além da ampliação, o serviço terá um aplicativo, que substituirá os bilhetes hoje em uso, e reajuste nos valores.A licitação deverá ocorrer entre 45 e 60 dias. Segundo a SMM, não haverá custo para a Prefeitura, já que a empresa que for oferecer o serviço será remunerada com parte do valor arrecadado.De acordo com o secretário de Mobilidade da capital, Horácio Mello, o aplicativo terá uma série de serviços: pagamento, localização e reserva das vagas. A ferramenta identificará para o motorista onde há um local para estacionar, e o usuário poderá bloqueá-lo pelo celular enquanto for usá-lo.Atualmente, uma hora de área azul custa R$ 1,50. A Área Azul Digital terá o custo de R$ 2,50 a hora – um aumento de 66%. Por duas horas, o motorista terá de pagar R$ 4. “A legislação já permitia o reajuste na trafica, mas só vamos reajustar quando oferecermos um serviço melhor. Ainda assim, continua mais barato que em um estacionamento particular”, diz Mello. A área azul só funciona em parte dos setores Central e Campinas. A SMM expandirá o serviço, inicialmente, para a região da 44, que passa por obras viárias. Para o presidente da SMM, a prioridade é garantir a rotatividade nas vagas disponíveis no local.Estacionamento será reajustadoOutra novidade prometida pela SMM é a ampliação dos chamados semáforos inteligentes. De acordo com Mello, eles poderão “conversar entre si” e, dessa forma, organizar melhor o fluxo em determinada região, mantendo os veículos mais tempo parados ou com trânsito liberado, automaticamente. A expectativa é que sejam instalados cem equipamentos do tipo até o fim de 2023.Segundo Mello, a tecnologia possibilitará, ainda, que a chamada onda verde funcione de forma adequada, por meio da inteligência artificial embarcada. Atualmente, a programação desta onda é feita manualmente, pelos técnicos da SMM, e a falta de sincronia é uma das principais queixas de quem trafega em Goiânia.Em relação aos semáforos, está previsto um investimento anual de R$ 1 milhão na manutenção dos 800 que hoje funcionam na capital. Também estão sendo adquirido nobreaks, aparelhos que mantêm os semáforos funcionando mesmo quando há queda de energia. O investimento no sistema de monitoramento e fiscalização do trânsito, cujos detalhes devem ser divulgados à população na manhã desta quinta-feira (22), no Paço Municipal, será de R$ 60 milhões. De acordo com Mello, alguns serviços se pagam. “Infelizmente, há multas, até as pessoas aprenderem a ter um comportamento mais cidadão e respeitoso com a placa de velocidade”, diz.-Imagem (1.2534353)