Dois homens e uma mulher foram presos, nesta quarta-feira (18), pela Polícia Civil (PC), suspeitos de usar procurações falsas para vender lotes em Goiânia. Segundo o Delegado Paulo Ludovico, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), a associação criminosa pode ter feito diversas outras negociações fraudulentas.A investigação teve início em 2020 após denúncia de uma vítima, que não teve o nome revelado, alegando ter pagado mais de R$ 390 mil para Geraldo Pereira Marques, de 64 anos, para adquirir dois lotes no setor Jardim América. Entretanto, quando tentou realizar o registro do imóvel no cartório, foi informado que havia caído em uma fraude devido à procuração falsa no nome de Tamara Melene Garcia, que foi presa suspeita de integrar o grupo.O delegado responsável pela Operação Este Lote é Meu explica que um terceiro integrante, que não foi identificado, foi a um cartório no interior de Goiás, se passou pelo real proprietário e, com documento de identidade falso, conseguiu uma procuração que tornava Tamara responsável pelo lote e, com isso, ela foi a outro cartório em Aparecida de Goiânia e transferiu os poderes para Geraldo."Ocorre que o dono do imóvel mora nos Estados Unidos da América (EUA) e sequer tem intenção de vendê-lo. Ele não sabia que essas pessoas estavam tentando vender os lotes dele. Quando a vítima foi registrar o bem, descobriu que as procurações eram materialmente verdadeiras, mas ideologicamente falsas", conta Paulo Ludovico.Após descobrir a fraude, a vítima voltou a falar com Geraldo, que ainda tentou negociar a venda de outro imóvel para compensar o recebimento dos valores, desta vez um lote situado no setor Vila Rosa, também em Goiânia. Porém, o homem conseguiu contato com a real proprietária, verificou que novamente a procuração era falsa e não efetuou qualquer pagamento.Os três integrantes foram identificados pelo Grupo de Repressão a Estelionatos e outras Fraudes (GREF) e presos. Se condenados, responderão pelos crimes de associação criminosa, estelionato e uso de documento falso e, com isso, pegar 14 anos de prisão. As imagens dos investigados foram divulgadas para possibilitar identificação de outras vítimas."Tivemos uma vítima consumada e temos informações de que Geraldo já fez outras negociações sob a suspeita de serem fraudulentas. Essas outras vítimas nunca vão conseguir registrar o imóvel devido à procuração falsa. Elas podem estar com a documentação nas mãos e só vão perceber o golpe quando tentarem registrar o lote" finaliza o delegado.Leia também:- Goiano extraditado de Portugal é condenado a 6 anos em regime semiaberto após tentar matar amigo- STF analisa mudança na Lei Seca que responde por 67% das multas