A ocupação da Praça do Trabalhador após a revitalização iniciada em junho de 2019 deve ocorrer em agosto deste ano, com a finalização da obra em julho, mas ainda não está definido como o espaço será utilizado. A Prefeitura de Goiânia publicou um decreto que cria um grupo de trabalho com representantes do Paço Municipal, do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), vereadores e associações dos segmentos que atuam na região da Rua 44 para discutir como será a alocação das feiras Hippie e da Madrugada para o local revitalizado e mesmo o que será feito no espaço nos dias sem a realização das feiras. O trabalho deve durar 90 dias.O projeto inicial era para que as feiras ocupassem o espaço nos horários e dias atuais, sendo a Hippie aos sábados e domingos, e a da Madrugada às quartas e quintas, das 18h às 12h. Nos demais dias e períodos o espaço seria um estacionamento para veículos, que poderia ser privatizado, com a responsabilidade da empresa vencedora em fazer a manutenção da Praça do Trabalhador. A proposta era até mesmo que a feira da Madrugada fosse estabelecida no espaço que ficou separado da praça em razão da passagem da Avenida Leste-Oeste. No entanto, os feirantes não concordam com essas ideias e a solução do Paço foi reunir os trabalhadores da região para o debate.O secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa, Paulo Henrique, reforça que não há nada definido para o local. “Tudo está em aberto. Nada está definido, nem se vai ser estacionamento mesmo ou se vai ser outra coisa. O grupo é para decidir essas coisas. O prefeito (Rogério Cruz) é sensível ao diálogo e vamos sentar todos os interessados para um consenso e evitar desgastes”, conta. Um dos pontos a ser discutido é justamente sobre o tamanho das feiras. Isso porque o novo espaço da Praça é projetado para cerca de 4 mil bancas, mas a Associação dos Feirantes da Feira Hippie tem levantamento de 2017 com 5.746 feirantes locais.Paulo Henrique ressalta que o número de cadastros efetivados na Sedec é de cerca de 4 mil, o que seria estabelecido pelo projeto. Há divergência também na estimativa da Associação Luta pela Feira Hippie, que calcula entre 3,5 mil e 3,8 mil feirantes atualmente. As duas associações disputam a representatividade na Feira Hippie e tem posições opostas.Presidente da associação de feirantes, Waldivino da Silva afirma que o levantamento com mais de 5,7 mil feirantes foi feito de maneira correta e que a última informação que obteve foi de que no local revitalizado caberia 5,3 mil bancas. “Nossas bancas são de 2 metros por 1,75 metro, mas podemos mudar isso para caber todo mundo”, diz. Ele ressalta, no entanto, que é importante manter o funcionamento da feira de sexta a domingo no local e não apenas nos fins de semana. “Os ônibus vão embora na sexta às 15 horas, se não fizer isso a feira vai acabar.”O secretário Paulo Henrique lembra que o grupo de trabalho vai discutir todas as questões, incluindo o tamanho das bancas, tipo de material, organização dos feirantes, regularização e dias e horários de funcionamento. Já em relação à Feira da Madrugada, a presidente da Associação da Feira Especial da Rua 44, Patrícia Mendes, ressalta que há 540 feirantes e que sua situação é mais fácil de ser resolvida. “Hoje estamos na Viela da 44, basta colocar a gente dentro da Praça, no mesmo lugar, na mesma faixa ali”, diz. Ela reforça, no entanto, que não concorda com a instalação no espaço previsto pelo projeto, após a Avenida Leste-Oeste, por ser longe da clientela e entre duas avenidas de grande movimentação, o que colocaria as pessoas em maior risco. Estacionamento no local agrada lojistas, mas feirantes são contraA criação de um estacionamento privado no espaço da Praça do Trabalhador seria uma maneira de diminuir os problemas de tráfego na região da Rua 44 e tem apoio dos lojistas locais. Isso porque não há opções para a parada de veículos particulares em toda a região. Corrobora ainda com o projeto do Paço em modificar a trafegabilidade na região, tornando a Rua 44 e a Avenida Contorno como de mão única e de sentidos opostos, além de ruas para pedestres que ligam ambas. A previsão inicial era de que fossem mais de 1,7 mil vagas. No entanto, com o projeto da Avenida Leste-Oeste, que culminou no recorte de um pedaço da praça, que ficou isolado, o número de vagas projetadas é de 1005. A mudança redundou também na redução das vagas de parada para ônibus de turismo, de 71 para 68 veículos ao redor da praça. Por outro lado, o presidente da Associação dos Feirantes da Feira Hippie, Waldivino da Silva, acredita que o espaço deveria ser destinado a eventos durante os dias que não ocorrem as feiras especiais na capital. “Precisamos do espaço de sexta a domingo e, conforme for o mercado, até quinta. Não teria dia para ser estacionamento ali”, diz.-Imagem (1.2240905)