O novo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG) inaugurado ontem (14) em Goiânia terá custo anual de manutenção de R$ 600 milhões quando todos os leitos estiverem em atividade. O cálculo é do ministro da Educação, Milton Ribeiro que participou do ato. Por enquanto, apenas 300 estarão em atividade. O evento integrou a programação que celebra os 60 anos da instituição de ensino federal.“Agora sobre a parte técnica, não sabemos quando chegará à capacidade máxima. Para isso, precisaremos pensar em outros números. Isso porque cada leito representa uma grande quantidade de médicos, enfermeiros. É um custo altíssimo, mas é nosso objetivo”, completou o titular do Ministério da Educação (MEC). A estrutura poderá realizar até 140 cirurgias de média complexidade por dia. São 44 mil metros quadrados de área construída e 20 pavimentos. O sexto andar será destinado ao Centro Cirúrgico que contará com 15 salas para procedimentos. No quinto estará abrigada a UTI Pediátrica, com 18 leitos.A unidade que vai atuar com perfil de média e alta complexidade, teve as obras iniciadas há 18 anos e em agosto deste ano começaram os atendimentos de casos de Covid-19. Inicialmente foram instalados 30 leitos de UTI e o mesmo número de vagas na enfermaria para pacientes com suspeita ou confirmação de infecção pelo Sars-CoV-2. O atendimento só foi possível, entretanto, porque foi fechada uma parceria entre Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, UFG e Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). O contrato segue até 31 de dezembro, mas o reitor da universidade, mas o reitor da UFG, Edward Madureira, garante que mesmo sem renovação os pacientes serão absorvidos pela unidade.Há uma possibilidade de criação de uma unidade de transplante multivisceral, que seria a primeira do País e está em fase de negociação com o Ministério da Saúde. O local também vai atuar com a formação de profissionais de saúde de todas as instituições e especialidades. Isso porque, como hospital escola, o local também possui como função ensino e pesquisa. O HC-UFG possui serviços que fazem da unidade referência não só para o Estado, mas para o Centro-Oeste. Entre os principais está Núcleo de Neurociências com atendimentos de epilepsia, Parkinson, esclerose múltipla, tratamentos de coluna, ambulatórios de doenças neuromusculares, demências e transtornos de humor. Mais de R$ 240 milhões utilizados para a construção foram destinados por meio de emendas parlamentares. A UFG atuou para sensibilizar os parlamentares a fim de angariar os recursos financeiros.Emocionado, Madureira falou da entrega e de todas as lutas envolvendo o percurso. “De sonhos sim é feita a universidade, mas de garra, competência, excelência respeito à diversidade, democracia, solidariedade, isonomia e compromisso social. Nestes noves meses de pandemia descobrimos três elementos essenciais: o SUS, a ciência e as universidades federais. É preciso respeitar a ciência”, completou.A importância da formação profissional da unidade também foi ressaltada pelo superintendente do HC, José Garcia e pelo governador Ronaldo Caiado (DEM). “Não é apenas porque sou médico, mas é preciso ressaltar a importância da formação na área da saúde que o HC vai possibilitar. Tratamos de vidas e um médico mal formado pode levar paciente a sequelas irreversíveis. Médicos precisam aprender a fazer diagnóstico, apresentar propostas de tratamento. É necessário qualificar e vários médicos transformaram a história de Goiás em referência nacional. Temos de realçar Goiás com cenários da boa Medicina, dos bons especialistas. Muito obrigado a todos pela oportunidade de participar deste momento”, completou o governador.O antigo prédio continuará funcionando como pronto-socorro, banco de sangue, laboratório e consultórios médicos. Para estas áreas ambulatoriais, há um estudo sendo realizado entre a UFG e a EBSERH a fim de garantir a melhor otimização e integração ao prédio novo.