*Atualizada em 20/9 às 11h26Um homem de 43 anos foi preso em flagrante, na última segunda-feira (20), suspeito de cometer injúria racial contra uma médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Iporá. A profissional teria sido acionada para atender Jean Cleber Fernandes, encontrado desacordado. Porém, ao ver a médica, o homem a teria chamado de “preta nojenta”, além de dizer que tinha vontade de “dar um tiro na cara dela.”Ao POPULAR, a defesa do suspeito informou que não vai se manifestar.Conforme apurado pela reportagem, Jean foi encontrado inconsciente no Terminal Rodoviário de Iporá na manhã de ontem após ter consumido bebidas alcoólicas na noite anterior. O Samu foi acionado, e uma médica foi ao local para atendê-lo.Porém, ao chegar na rodoviária, a médica encontrou Jean consciente e conversando. Quando iniciou os procedimentos padrões e perguntou a ele o que estava sentindo, o homem teria respondido que “estava com vontade de dar um tiro na cara dela”, além de chamá-la de “preta safada e nojenta.”A profissional de saúde, então, foi até a delegacia de Polícia Civil e registrou o caso. Os policiais encontraram o homem ainda na rodoviária e o prenderam em flagrante pelos crimes de injúria racial e desacato.Suspeito deve ser soltoO homem foi levado para a unidade prisional de Iporá, mas passou por audiência de custódia ontem mesmo.Durante o procedimento, conduzido pelo juiz João Geraldo Machado, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) se manifestou pela confirmação da prisão em flagrante de Jean, mas deu parecer a favor da liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares.Um alvará de soltura foi expedido às 18h59 e deve ser cumprido ainda hoje. Enquanto isso, o homem segue preso.A reportagem entrou em contato com o advogado de Jean Cleber, Victor Hugo Ribeiro, que confirmou que seu cliente, que usa cadeira de rodas, aguarda para ser liberado.No entanto, o advogado disse que não vai se manifestar sobre o caso para não comprometer as investigações.Conselho de Medicina condenou discriminaçãoEm nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) se manifestou sobre o caso e disse esperar que a situação seja apurada com rigor. Leia abaixo: "O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) condena qualquer forma de racismo, discriminação e intolerância contra qualquer pessoa e espera que a injúria contra uma médica e a ameaça de agressão a um profissional de saúde, que teriam ocorrido ontem, 19, em Iporá (GO), de acordo com matérias veiculadas na imprensa, sejam apuradas com rigor e que a lei seja cumprida, com a punição do responsável.O Cremego reitera que está ao lado da classe médica, em defesa da ética médica e do bom atendimento à sociedade, e orienta os médicos vítimas de violência que entrem em contato com o Conselho e também denunciem o caso à Polícia Civil."Leia também:Após ser alvo de racismo, Vini Jr. sorri na seleção e recebe mais apoioHomem é preso suspeito de injúria contra casal homossexual em Goiânia; veja vídeo