Um homem tentou aplicar um golpe na família de um bebê que está internado em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia, com um possível caso de encefalite. Usando o aplicativo de mensagens WhatsApp, o suspeito se apresentou como médico da unidade e ofereceu uma medicação que seria importante para a melhora do bebê pelo valor de R$ 450, mas o homem não é funcionário do local.A família havia feito uma vaquinha para Jeferson da Silva, que passou a ter febre, diarreia e vômito nos últimos dias, e o contato ocorreu depois disso. A mãe do menino, Rosilene Henrique, de 35 anos, desconfiou porque nunca havia visto o homem na unidade.Ela não chegou a repassar o valor, mas está indignada pela atitude do homem, que tentou dar o golpe na família, que além de fragilizada pelo problema de saúde do filho, passa por dificuldades financeiras. “Eu não sei como uma pessoa tem coragem de usar a fragilidade do outro para se aproveitar.”A vaquinha havia conseguido reunir R$ 600 para serem gastos com fraldas, lenços umedecidos e outros itens de necessidade do menino. “A minha família é muito humilde. Eu não estou trabalhando, meu marido trabalha em uma fazenda. Estamos vivendo praticamente de ajuda dos outros, estou passando os dias com meu filho em uma UTI e uma pessoa tem a coragem de tentar dar um golpe. Isso é um absurdo.”Sintomas iniciaisRosilene tem seis filhos, sendo Jeferson da Silva o caçula. “Ele é uma criança especial, tem Síndrome de Down. Há alguns dias ele passou a ter febre, diarreia e vômito. No hospital, passou por diversos exames e identificaram a possibilidade de ser encefalite. Ele está internado e fica agitado de vez em quando. Sei que ele vai sair dessa, mas é difícil passarmos por mais essa situação.”Ela se lembra que o homem disse que, neste momento, era necessário “entrar com medicamento para o quadro clínico do Jeferson”. Disse ainda que seriam necessárias três aplicações, que já estavam com o kit que seria comprado. “O homem disse que custava R$ 450, mas que ele conseguiria por R$ 240 com um representante que entregaria no hospital. Mas meu filho não precisa desse remédio, que nem sei se existe.”Rosilene diz que desde a internação, o filho recebe todo cuidado, medicamentos e outros itens que precisa da unidade de saúde. “Eu só peço oração. Eu tenho o coração muito grato e peço orações. Ele está recebendo tudo aqui. Ele está sendo muito bem tratado. Quando decidimos pela vaquinha, foi para as necessidades extras e para quando sairmos daqui, que eu acredito que será logo. Vamos precisar de ajuda.”O Hecad informou que não entra em contato com parentes de pacientes internados na unidade e que os tratamentos são custeados pelo SUS e, por isso, não pedem dinheiro para comprar remédios.Leia também:- Família de criança de dois anos picada por aranha marrom pede ajuda para continuar tratamento- Menina com hidrocefalia que espera cirurgia há dois anos tem consulta agendada para dia 31 de maio