O Hospital de Campanha de Luziânia (HCamp), no Entorno do Distrito Federal (DF), atendeu 12 pacientes nesta quinta-feira (21), primeiro dia de funcionamento da unidade dedicada ao enfrentamento da doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19). As pessoas foram avaliadas, orientadas e liberadas. Até às 18 horas desta quinta-feira ainda não havia ocorrido internação.“Entregamos (o hospital) nesta manhã para o Estado e já está em pleno funcionamento, com nove consultórios e médicos aguardando”, comemorou a prefeita de Luziânia, Edna Aparecida Santos (Pros).Após ter sido estadualizada, a antiga unidade municipal foi estruturada para atender casos suspeitos e confirmados de Covid-19 da região do Entorno do Distrito Federal. Após a pandemia, o prédio será transformado no Hospital Regional de Luziânia.A unidade começou a funcionar, inicialmente, com 40 leitos, sendo 10 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O local é equipado com tomógrafo, aparelho de raios X, desfibriladores e monitores multiparamétricos. O hospital recebeu 11 ventiladores pulmonares recuperados pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal de Goiás (IFG) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Os equipamentos serão utilizados em leitos críticos para assistência de pacientes graves.O hospital tem capacidade para chegar até 20 leitos críticos. De acordo com o secretário de Estado da Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, 12 respiradores já haviam sido adquiridos para Luziânia. Com o reforço dos 11 equipamentos recuperados, passará a contar com 23. “Serão 20 para uso, 1 para a sala vermelha e 2 de reserva.” No entanto, ao fim da pandemia, a unidade ficará apenas com 10 UTIs.Em vistoria feita à unidade no dia 14 de maio, o governador Ronaldo Caiado destacou (DEM) que o Hospital Regional de Luziânia dará suporte a cerca de 1,2 milhão de habitantes no Entorno do DF. Apesar de já estar previsto no plano de regionalização da Saúde, o hospital teve a abertura acelerada após o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), afirmar que publicaria um decreto para proibir hospitais públicos da capital federal de atender pacientes goianos com o novo coronavírus.Na semana passada, Caiado determinou a “abertura emergencial”. “É uma região extremamente preocupante e estamos unindo esforços para combater a disseminação do vírus nestes municípios”, afirmou.“Nós vamos ter um hospital estruturado também para continuar servindo a população do Entorno como hospital de referência. A população de Brasília, que precisar, vai poder contar com esse hospital também. O acesso aos serviços de saúde tem de ser universal. Não teremos discriminação”, alfinetou Caiado durante a visita técnica.A unidade era a opção mais rápida para atender pessoas com a Covid-19 no Entorno enquanto o Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás, construído pelo governo federal, não é repassado para a administração estadual. A obra, que está concluída, deveria ter sido entregue oficialmente na quarta-feira (20) pelo Ministério da Saúde ao Estado. Mas a oficialização ainda não ocorreu.O Hospital Regional de Luziânia será gerido pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), a mesma organização social que administra o Hospital Estadual de Urgências de Trindade (Hutrin). O Imed abriu processo seletivo para a contratação imediata de 138 profissionais, entre os quais enfermeiros, técnicos de enfermagem e pessoal administrativo. Além disso, serão direcionados, para atendimento na unidade, especialistas de diferentes áreas, já admitidos pela organização social.RegionalizaçãoApós Projeto de Lei aprovado na Assembleia Legislativa de Goiás, a administração do hospital passou a ser do Estado de Goiás, sendo estadualizado. A unidade recebeu mais de R$ 8 milhões em emendas parlamentares destinadas por deputados goianos para que fosse estruturado.Além de Luziânia, foram estadualizados o Hospital Municipal de Formosa, também na região do Entorno do DF, para atendimento de casos de Covid-19. A unidade de Formosa contará com leitos clínicos e de UTI e, a exemplo da unidade de Luziânia, também atenderá casos de coronavírus durante a pandemia.