Pelo menos três unidades de saúde estaduais que são gerenciadas por Organizações Sociais terão novos chamamentos públicos realizados nos próximos meses: Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin). A informação é do secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino.O Hugo é gerenciado pelo Instituto Haver e o Hutrin pelo Instituo Cem desde o dia 27 de novembro de 2018, quando o Instituto Gerir pediu a rescisão dos contratos alegando atrasos recorrentes de pagamento e déficits constantes. Os contratos foram firmado em caráter emergencial a convite da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) pelo período de 180 dias e, portanto, se encerra em maio de 2019. O chamamento público ainda não foi realizado pela SES, mas, em nota, o Instituto Haver já afirmou que tem interesse em participar do processo.A Secretaria afirmou que, desde o início da atual gestão está auditando os contratos da pasta e que também está fiscalizando o cumprimento de protocolos e metas pré-estabelecidas. No último dia 20 de fevereiro, o secretário se reuniu com representantes da Fundação de Assistência Social de Anápolis (Fasa), que gerenciava o Huana desde a fundação, em 2006. O encontro terminou com a rescisão do contrato, mas com a garantia de atendimento por mais 90 dias, período em que deve ser feita a transição da administração da unidade de saúde. Já se passaram 30 dias e, segundo Alexandrino, a SES irá lançar um novo chamamento.“Nós tentamos pela renovação com a OS que geria o Hospital de Urgências de Anápolis. No entanto, houve declínio da entidade em relação à continuação com o que a gente propôs em termos de redução de valores, e de ampliação de metas. Nós entendemos e respeitamos, mas o que buscaremos neste momento é ampliação do serviço com redução de valores sem perder a qualidade, e faremos isso com todas as unidades”, explicou.HGGOs contratos não vencem todos simultaneamente, o que dá ao governo estadual a possibilidade de negociar um a um. Nesta quarta-feira (20), a SES fez a primeira renovação de contrato do governo de Ronaldo Caiado com OS. O Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), que gerencia o Hospital Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG) há sete anos, renovou o contrato de gestão por 48 meses. O acordo contou com uma redução de R$ 3 milhões mensais e aumento de cirurgias de alta complexidade e de consultas.De acordo com o secretário, o antigo contrato de R$ 13,5 milhões passou para R$ 10,5 milhões mensais sem prejuízo à população. A justificativa é de que a eficiência operacional e financeira fará com que mais pessoas sejam atendidas em um contrato que poupará pelo menos R$ 36 milhões anuais.Mesmo com a redução de verba, o HGG anunciou a ampliação em 24% o número de cirurgias de alta complexidade como transplantes renais, cirurgias cardíacas e transplantes de fígado. Para 2019 haverá ainda a implantação de transplantes cardíacos. No quesito consultas, o aumento é de 52% incluindo além das médicas, atendimentos como fonoaudiologia e fisioterapias.“No caso do HGG, estamos falando de aproximadamente R$ 3 milhões/mês em economia, o que possibilitará certamente ampliarmos outros serviços e outras ações. O Estado precisa, por exemplo, de policlínicas regionais e não tem milagre, o dinheiro é limitado. Nós precisaremos fazer muito mais, com menos. Buscamos inteligência no que contém cada indicador. Por exemplo, na redução do tempo de internação, na redução da taxa de internação, na taxa de ocupação que foi modificada. Então, tudo isso faz com que o hospital gire mais e possibilite mais oportunidade de atendimento à população”, disse o secretário.Diretor técnico do HGG, Durval Pedroso explica que a mudança de valores mostra uma capacidade de melhoria da gestão operacional do hospital. “É uma forma inteligente de se ajudar a gestão do hospital propiciando mais atendimento à população. Hoje o HGG já se encontra entre os 10 maiores centros transplantadores de rim do País e já realizou cinco transplantes de fígado. A aposta agora é começar o transplante cardíaco”, completa.Dívidas continuamOs repasses às OSs referentes ao ano de 2019 estão sendo mantidos. Nesta quarta-feira à noite, a secretaria informou que havia repassado R$ 26.65 milhões às OSs. A dívida do Estado com as organizações, no entanto, só de 2018, ultrapassa R$ 224 milhões. Em nota, a SES afirmou que “é totalmente impraticável arcar, em tão pouco tempo, com dívidas de meses ou anos, apesar de todo empenho para angariar recursos junto ao governo federal, a fim de reequilibrar as finanças ao longo desta gestão”.