-Imagem (1.2533257)O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) viveu nesta terça-feira (20) uma verdadeira corrida contra o tempo para salvar vidas com a doação de coração, fígado, rins e córneas. Os receptores que aguardam esses órgãos estão em Goiás, Distrito Federal e São Paulo.O doador é um homem de 40 anos que teve o diagnóstico de morte encefálica confirmado após realização de todos os testes comprobatórios determinados pela Legislação Brasileira.Para que seja realizada uma doação de órgãos, primeiro é necessário seguir um rigoroso processo que começa com o diagnóstico irreversível de morte encefálica ou morte cerebral do paciente doador. O diretor técnico do Hugo, Luis Henrique Ribeiro Gabriel, explica que esse diagnóstico é feito através de exames e avaliação da evolução do paciente desde a internação.“O principal para a doação de órgãos é termos certeza de que o paciente está em morte encefálica e que não há chance de fazer algum procedimento para recuperá-lo. Esses procedimentos são feitos através de exames. Depois de constatado clinicamente a morte, usamos o eletroencefalograma e analisamos outros exames que mostram a evolução do paciente durante a internação” – explica.Os rins e córneas serão encaminhados para pacientes do estado de Goiás, quem vai receber o coração é um residente de São Paulo e o fígado é aguardado por um receptor do Distrito Federal. Quem faz a captação são as equipes profissionais dos próprios hospitais que vão realizar o transplante e todo processo foi conduzido pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hugo em parceria com Organização de Procura de Órgãos do Estado de Goiás (OPO-HUGO).Tempo para retirada e transporte dos órgãosDepois de liberada a doação e contatada as equipes responsáveis por fazer a retirada de cada um desses órgãos que serão doados, os médicos tem um prazo definido para que os tecidos e a integridade do órgão não seja comprometida até chegar no receptor. O médico Luiz Henrique explica sobre estes prazos.“A gente pode falar que o pulmão, coração e pâncreas o tempo é de 4 a 6 horas, fígado de 6 a 12 horas, rins de 24 a 48 horas e córneas até 180 dias da retirada.”Segundo o médico, depois de retirado do doador, o órgão é colocado em um recipiente com conservante e um anticoagulante em uma temperatura específica que vai fazer com ele aguente por mais um tempo e chegue até o receptor nas condições adequadas.“O que o processo demanda é que colha-se o material depois de informado aos órgãos competentes que faz a gestão dos órgãos doados e também do paciente receptor. Depois, faz-se exames e, nós sabendo sobre o sistema de Antígenos Leucocitários Humano (HLA) do paciente que está doando, aí podemos saber para onde esse órgão vai. Depois disso, aciona quem vai buscar esse órgão aqui” – explicou Luis Henrique.Leia também:- Menino de 9 anos com câncer severo que busca doações para tratamento recebe apoio de famosos- Goiás realiza 329 transplantes de órgãos e tecidos nos 7 primeiros meses de 2022Doações em 2022Neste ano, O HUGO já realizou 13 captações de órgãos para transplantes. Até o mês de julho foram doados 24 rins (12 doadores), 8 fígados, 2 pulmões (1 doador), além de três corações e 14 córneas (7 doadores). O hospital é referência no Estado e de acordo com o diretor técnico mais de 50 pessoas foram beneficiadas com esses doadores.Campanha de estímulo a doação de órgãosSetembro é o mês em que se intensifica a campanha de conscientização para doação de órgãos. É importante lembrar que apesar de o paciente manifestar o desejo de ser doador e até constar na documentação pessoal, a palavra final é sempre da família. E muitas vezes pelo momento de dor pela perda, os familiares ficam relutantes, como explicou Dr. Luis.“Quem conhece um renal crônico, ou alguém que tenha uma doença pulmonar obstrutiva crônica, ou mesmo uma cirrose por hepatite, essas pessoas entendem o que é depender de um órgão para manter-se vivo ou prolongar a vida de quem a gente ama” – enfatiza o diretor do HUGO.-Imagem (1.2533177)