Um mutirão de cirurgias eletivas ortopédicas será realizado até sexta (7) no Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz para zerar a fila. A unidade de saúde pretende realizar 150 procedimentos para que, depois, a demanda diária seja entre 30 e 40 intervenções do tipo para que não haja novo represamento. Atual gestor da unidade, sob responsabilidade do Instituto Cem, Tadeu Grembecki entende que o motivo para uma fila tão grande seja a baixa quantidade de cirurgias realizadas por dia durante a última gestão. Ele ainda ressalta que esta foi a maior dificuldade encontrada pela nova gestão, que assumiu o hospital no último sábado, 1º de janeiro: cirurgias aquém da capacidade.Grembecki diz que a média era de cinco procedimentos por dia. Ele explica que, para que a fila não tenha acúmulo depende de uma série de fatores, desde a condição clínica do paciente, assim como a disposição de material e equipes. Ele garante que a unidade dispõe de tudo que é necessário para a realização das cirurgias, e que a nova gestão está promovendo uma mudança na administração da unidade, inclusive da equipe médica. “Estamos avaliando todos os casos para que todos os pacientes em condições e que estejam na espera, sejam operados.”O novo gestor diz que a maior parte dos médicos permanece, já que são especialistas e responsáveis por áreas importantes no hospital. Mas ele explica que houve mudança em escalas e de gestão. “Precisamos organizar o hospital para que ele possa atender ao paciente. Vamos dar assistência para evitar essas filas.” Ele ainda diz que muitos destes pacientes que passarão pelas cirurgias nesta semana estão esperando há 30 dias ou mais. A força-tarefa começou no último domingo (2) com 15 cirurgias. Nesta segunda-feira, 36 pessoas foram submetidas aos procedimentos na área da ortopedia. A atual gestão também informou que o mutirão foi possível porque os estoques de próteses e órteses, necessários para os procedimentos, foram adquiridos agora. Chefe de enfermagem, Deise Bosso destaca que a meta é 30 cirurgias por dia até o fim da semana. Ela diz que a média é possível e que estão utilizando apenas sete dos dez centros cirúrgicos do hospital. Ao todo, 35 médicos e nove anestesistas estão trabalhando no mutirão. Ela destaca que a maior parte dos pacientes está internada na unidade à espera do procedimento, seja por falta de material ou de equipe. Uma das pessoas que já foram atendidas é uma mulher de 30 anos. Ela foi a primeira paciente do mutirão e estava internada desde o dia 1º de dezembro, vítima de acidente de trânsito. Ela estava havia 32 dias aguardando material para passar pela cirurgia. A mulher foi operada na manhã de domingo para tratar fraturas no fêmur e na tíbia, ambas na perna direita.Coordenador de ortopedia da unidade, Regis Vieira de Castro destaca que a mobilização tem o propósito de zerar a fila de quem esperava havia mais de 30 dias. Ele listou que existem pacientes com fraturas expostas, politraumatismo, infecção, por exemplo. Ele ainda detalha que, com a reorganização das planilhas de escala, foi possível aumentar total de equipes do centro cirúrgico. Ele ainda destaca que o objetivo é de que o paciente com fratura e perfil de emergência seja operado na hora, e que os demais operem entre 24 e 48 horas após chegarem ao Hugo.O diretor do Instituto Cem, Tadeu Grembecki também afirma que a unidade realiza levantamento de pacientes que precisam passar por neurocirurgias para definição de um novo mutirão. Ele diz que esta também é uma área que tem intervenções represadas, mas que não consegue listar quantos pacientes aguardam. Ele afirma que uma equipe já estuda os casos junto à Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO)para que uma estratégia semelhante à adotada com as cirurgias ortopédicas possa ser definida. “Por conta da pandemia, muitas cirurgias também precisaram ser suspensas. Agora já é possível realizar e ampliar essas cirurgias diárias”, diz Grembecki. INTSA antiga gestão era de responsabilidade da organização social Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), que tem sede em Salvador, na Bahia. Em nota, o INTS informou que ao longo do ano de 2021, realizou mais de 18 mil cirurgias na unidade de saúde, apresentando uma média diária de 50 cirurgias ao dia. Ainda na nota, o Instituto ressalta que, em virtude da falta de órtese, prótese e material especial (OPME), em escala nacional, resultou na redução pontual nas solicitações de cirurgias no mês de dezembro.Por fim, também no documento encaminhado, o INTS lembra que ao longo da sua gestão à frente do Hospital de Urgências de Goiânia, nunca mediu esforços para oferecer o melhor atendimento ao paciente acolhido na unidade de saúde.