Um influenciador digital foi preso em Campinorte, na região norte de Goiás, suspeito de usar as redes sociais para vender rifas ilegais de carros para seus quase 500 mil seguidores. Conhecido como Goiano na internet, Gercil Balbino foi preso nesta quinta-feira (22).A Polícia Civil também cumpriu um mandado de busca domiciliar e apreendeu uma caminhonete Ford F-250 com rodas modificadas e som automotivo irregular. A caminhonete seria rifada em uma das ações ilegais promovidas pelo influencer. O suspeito já tinha sido investigado pela polícia, que o alertou sobre ilegalidade, mas ele continuou a promover os sorteios ilegais.Gercil Balbino mora em Brasília, no Distrito Federal, e foi um dos investigados da 3° fase da Operação Huracán, conjunta entre a Polícia Civil do Distrito Federal e de Goiás. Depois de ser alertado pela PC, o influencer continuou com o sorteio de pelo menos dois veículos, além de dissimular os valores arrecadados em contas de “testas de ferro”.As investigações apontam indícios de que o o influenciador esteja envolvido em crime de lavagem de dinheiro. Além dos itens apreendidos da busca e apreensão, a polícia apreendeu posteriormente uma caminhonete S10 e um caminhão plataforma adquiridos com o dinheiro dos crimes. Também foi determinado o bloqueio de R$ 971 mil das contas do influenciador.Após ser preso, o suspeito foi levado de avião para Brasília, onde tramita o processo e a investigação sobre as rifas ilegais.Operação HuracánA Operação teve início após investigações de uma organização criminosa especializada em exploração de rifas ilegais de veículos e ocultação de valores por meio de empresas de fachada e contas bancárias de terceiros. O grupo começou a atuar em 2021 e, em dois anos, chegou a movimentar R$ 20 milhões.A associação criminosa era capitaneada por influencers, que promoviam e rifavam veículos no Instagram e em canais do Youtube. Após ganhar popularidade entre seguidores, os veículos eram preparados com rodas, suspensão e som especiais, e os sorteios eram anunciados na internet. Como os criminosos possuíam milhares de seguidores, as rifas eram vendidas com facilidade.Os valores angariados seguiam para contas de empresas de fachada e eram utilizados para aquisição de novos veículos, que eram registrados em nome de “testas de ferro”. Foram apreendidos diversos carros de luxo, como um Lamborghini/Huracan e uma Ferrari/458 Spider, avaliados, cada um, em R$ 3 milhões.A Polícia Civil também apreendeu a mansão do líder da associação criminosa e cerca de R$ 10 milhões das contas dos investigados. Na 3° fase da Operação, o influenciador mineiro Elizeu Cordeiro, conhecido como Big Jhow, também foi preso.Esquema de rifasSegundo as investigações, entre outubro de 2021 e maio deste ano, o grupo promoveu a lavagem de R$ 12 milhões, obtidos em rifas ilegais, por meio de empresas de fachada.A polícia afirma que os influenciadores utilizavam um site para os sorteios e "lavavam" os dinheiro arrecadado em três empresas de fachada, em Taguatinga, no DF, e em Contagem, Minas Gerais.As rifas são ilegais porque a distribuição de prêmios por meio de sorteios deve seguir uma série de regras estabelecidas pelo Ministério da Economia, o que não era feito pelo grupo.Leia também:Funcionário é preso suspeito de receber propina em esquema milionário de fraude em fretes, em GoiásJustiça de Goiânia condena casal de empresários e mais 8 por tráfico de drogas em Brasília-Imagem (1.2583251)