A modelo e influenciadora digital de Goiânia, Nanna Chara, usou as redes sociais para denunciar um procedimento feito em 2017, quando ela procurou o cirurgião plástico Cláudio José Maciel Filho para trocar as próteses de silicone dos seios, que já estariam com a validade vencida. No procedimento, ela acusa o médico de não ter feito a troca e ter deixado cicatrizes. Ao POPULAR, a defesa do cirurgião alegou inocência e chamou as acusações de “levianas”.“O seio ficou totalmente deteriorado, mama caída e cicatrizes horrendas. Quando estava aberto ele dizia que era normal que ia cicatrizar que era assim mesmo. Aí quando cicatrizou ele começou alegar que a culpa era minha da minha pele”, disse Nanna. “Eu só descobri que as próteses estavam vencidas em 2022, quando me consultei com outro médico para reparar as cicatrizes nos seios e ele me contou”, completou. Ela afirmou ter um laudo de outro profissional que comprovaria que não houve a troca das próteses.“Aí sim fiquei revoltada e resolvi expor isso. Eu sofri demais. A dor dos seios abertos. O medo de bactéria e infecção. Medo de morrer. É assustador. E não ter suporte da pessoa que fez isso é revoltante. Ainda descobrir que fui roubada? Foi a gota d’água”, relatou Nanna.Ainda segundo a influenciadora, após a denúncia feita por meio de suas redes sociais, outras vítimas do médico teriam aparecido relatando problemas em procedimentos. “Depois que expus o caso, 18 vítimas apareceram informando de erro médico dele. Mulheres com medo, coagidas e ameaçadas assim como eu fui com informações falsas na intenção de me amedrontar. Chegaram a derrubar minha conta no Instagram na intenção de calar minha voz. Fiquei 2 meses sem meu meio de trabalho”, relatou a influenciadora digital.Leia também:- Grávida de Jô, influencer diz que pediu desculpas para ex-mulher do jogador: "Já conversei com ela"- Pelo menos cinco pessoas já denunciaram influenciadora que zombou de vagas para autistasSegundo Nanna foi aí que, por meio de advogados, o cirurgião tentou derrubar as contas dela na internet. Em uma liminar, pedida pelos representantes do cirurgião, ela foi obrigada a retirar qualquer marcação que levasse à identificação do médico. “A liminar era pra eu retirar as postagens que fiz quando descobri que fui roubada e estava com próteses vencidas. Eu expus deu repercussão. E foi aí que apareceram 18 vítimas. Mas a liminar era só pra eu editar as postagens por que ele estava perdendo pacientes. Mas eu como influencer tenho o dever de alertar outras pessoas e manifestar direito de expressão” – comenta Nanna Chara.Bem-estarNanna contou que só conseguiu ficar bem com seu corpo depois de procurar outro profissional e passar por um novo procedimento de reparo das cicatrizes. Segundo ela este a acompanhou e observou a cicatrização. Dois meses após a nova cirurgia, Nanna diz se sentir feliz com o resultado.“Dois meses só e já noto a diferença. Me acompanhou com muito carinho e zelo. Já voltei às atividades normais, mas com cautela. Ele me acompanhou com medo de abrir já que meus seios perderam o colágeno e elasticidade. Tomei muito remédio e fiz oxigenoterapia. Mas estou muito feliz com o resultado” contou.Outras vítimasA influenciadora afirmou que 18 outras vítimas a procuraram para relatar problemas relacionados ao cirurgião plástico Cláudio José Maciel Filho. A reportagem conseguiu contato com uma delas. Ludmila Cesário Ferreira atualmente mora fora do Brasil e, por mensagens, contou como foi o procedimento e atendimento do cirurgião.“Eu procurei o doutor Cláudio em setembro de 2020. Ele me atendeu rápido e disse que no meu caso teria que ser feito a mastopexia (cirurgia para a mudar a forma dos seios). Marquei a cirurgia para o mesmo mês, dia 21 de setembro de 2020. Com uma semana vi que meus pontos estavam muitos grotescos, comparado de amigas e tias que tinham passado pelo mesmo processo”, conta Ludmila.Nanna e Ludmila relataram também o mesmo problema no pós-operatório: as cicatrizes que deixaram aberturas na região dos seios.“No primeiro retorno eu sempre falava que estava com dor na mama direita, a mesma mama que sinto dor até hoje. No dia da alta ele se apoiou sobre as minhas mamas e disse que era para colocar a prótese no lugar, minha acompanhante quase desmaiou. Nós duas ficamos assustadas com a situação e ele disse que fazia parte do procedimento”, disse Ludmila.“Na primeira consulta pós cirúrgico. Eu disse que sentia dor e que os pontos estavam grossos. Passou um mês, dois, três e quatro. Meus peitos ainda estavam abertos. Eu comprava Rifocina que custa em torno de 80 reais de dois em dois dias. E nada fechava meus pontos e o peito ficou aberto”, completa.Outra semelhança apresentada entre os casos, é o que o médico teria dito sobre a cicatrização. Ao ser questionado sobre o processo, a resposta era que a cicatrização dependeria da paciente. E observava que, ao seu ver, estava tudo certo.“Na última consulta foi acompanhada do meu esposo. O doutor Cláudio nós disse que meus peitos estavam lindos e que minha cicatriz estava ótima. Eu falei que não tinha gostando muito e ele disse que era da minha cicatrização. Que era normal. No começo eu me culpava, falava que podia ser minha cicatrização, chorava. Me deu crise de ansiedade”, continua a paciente.Ludmila contou que teve conhecimento do caso da Nanna Chara, através de um vídeo encaminhado por uma amiga e a partir daí viu histórias semelhantes com outras mulheres que teriam sido atendidas pelo mesmo médico.“Eu levei um choque porque daí eu vi que não era só comigo. Tinham outras meninas mutiladas. Uma amiga encaminhou o vídeo. Eu eu falei com ela”, contou. Ludmila.Outra dificuldade apontada por ela, foi de não conseguir retorno quando procurava o cirurgião para tirar dúvidas e na demora para receber o prontuário e documentação das próteses colocadas. DefesaA advogada Luciana Castro Azevedo, que representa o cirurgião plástico Cláudio José Maciel Filho, afirmou que as acusações são levianas e que Nanna tem buscado exposição com o caso. "Essa paciente não busca uma reparação, ela busca mídia. Porque ela procura sempre vir no Instagram, à internet, a imprensa em feriado, final de semana. Enquanto nós estamos esperando ela promover ação respectiva para defesa. Rede social e imprensa não tem direito à defesa", complementou Luciana.Confira a nota na íntegra enviada pela defesa do médico:CLÁUDIO JOSÉ MACIEL FILHO, médico, cirurgião plástico, esclarece, através de sua advogada Luciana Castro Azevedo, que acredita na justiça, e entende que os ataques virtuais efetivados por sua paciente, mencionada na reportagem, ocorreram de forma leviana, haja vista que o mesmo não pôde se defender conforme preceitos constitucionais do contraditório e ampla defesa. A mesma utiliza de ardil pois profere acusações levianas apenas em feriados prolongados desde abril/2022, haja vista que foi proferida liminar que a proíbe de mencionar o nome do Dr. Claudio Maciel.Aguardamos a proposição de ação específica, já que a mesma alega ter sido “vítima”, pois o Poder Judiciário é exatamente para solução de conflitos. Não podemos, por questões de sigilo médico, falar acerca do tratamento realizado. Assim, o contraditório e ampla defesa do médico, ora acusado, estão sendo prejudicados pelos ataques virtuais, visto que são unilaterais e de forma agressiva e sem provas concretas e reais acerta dos fatos, os quais não podemos nos manifestar. Fácil é acusar alguém que se vê proibido de se manifestar de forma completa! Devemos por fim informar que requeremos abertura de investigação junto ao 4º Distrito Policial de Goiânia, para que sejam apuradas as condutas de calúnia e difamação em desfavor do Dr. Cláudio, mas até o presente momento não foi possível a intimação da paciente que ora o acusa, haja vista que os endereços fornecidos pela mesma quando em consulta médica não condizem com seu endereço real, não sendo possível até a presente data sua localização. A advogada que a representava não mais o faz, sendo que não temos qualquer contato da mesma a fornecer ao judiciário ou delegacia respectiva. Quanto as acusações de “erro médico” esperamos a justiça para demonstrar que não houve falha alguma em sua conduta médica, aguardamos a citação de processo judicial para defesa, e não vamos ceder a tais acusações levianas e inadvertidas de uma paciente que nos impede de exercer o verdadeiro contraditório e ampla defesa. Luciana Castro Azevedo - Advogada-Imagem (1.2477351)