O bloqueio de mais de R$ 1 bilhão no orçamento de 2022 para a educação superior no Brasil torna incerta a conclusão do ano letivo nas instituições federais de ensino em Goiás. Manifesto assinado pelas reitorias do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), Instituto Federal de Goiás (IFG), Universidade Federal de Catalão (UFCAT), Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade Federal de Jataí (UFJ) alertam para os prejuízos que serão causados pelo corte.Na nota, as instituições ressaltam que o bloqueio do governo federal de mais de R$ 1 bilhão nos orçamentos das universidades e institutos federais anunciado no dia 27 de maio deste ano significam redução de 14,5% de redução no orçamento de cada unidade neste ano. Com isso, as unidades de ensino não terão condições de arcarem com seus compromissos, conforme estava planejado.A situação é apontada como grave pelas instituições, já que este bloqueio impacta diretamente nos recursos de custeio das atividades educacionais, investimento nas unidades e até parte do do fundo do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), que financia ações para a permanência e para a melhoria do desempenho acadêmico dos estudantes em situação de vulnerabilidade econômica e social.Reduções sucessivasO alerta ocorre em meio à lembrança de que desde 2016 as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) vêm sofrendo reduções sucessivas de recursos “destinados à manutenção de seus prédios e laboratórios, ao pagamento dos contratos de prestações de serviços e comprometendo o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação” diz o informativo.O documento ainda informa que existe grande preocupação com os cortes no momento em que as unidades realizam retorno das atividades presenciais, quando é necessário maior investimento e cuidado com a manutenção dos espaços, segurança, limpeza, iluminação, entre outros, além de garantia de cumprimento dos protocolos contra a Covid-19.Na nota, as IFES de Goiás repudiam os cortes no orçamento. Afirmam que “o bloqueio de recursos para a educação é injustificável e ignora o papel estratégico que as universidades e institutos federais cumprem para o desenvolvimento do país, para a formação de recursos humanos e para o suporte em projetos e ações de elevada demanda social.” O manifesto ainda conclama a sociedade goiana, instituições, lideranças empresariais e políticas, particularmente os congressistas goianos, a apoiarem e defenderem a recomposição integral do orçamento destinado à educação brasileira para o ano de 2022.RespostaA reportagem entrou em contato com o Ministério da Educação, mas ainda não obteve retorno sobre o assunto. O espaço está aberto para posicionamento.Leia também:- UFG retoma atividades presenciais de forma plena no dia 25 de maio- Vagas para estágio crescem em Goiás