Atualizada às 12h28Determinados pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT) em Goiás na última terça-feira (30), a interdição total do Hospital Estadual Materno Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), em Goiânia, e o cronograma de sua desocupação foram questionados pelo secretário Ismael Alexandrino, da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), que fez uma série de críticas à decisão, fruto de uma auditoria realizada na unidade de saúde nos últimos quatro meses. O titular da pasta classificou as medidas como "desproporcionais", "inoportunas", "não razoáveis", "irresponsáveis" e "deletérias" e afirmou que o Estado irá recorrer à Justiça para revertê-las. Em entrevista coletiva concedida à imprensa na manhã desta quarta-feira (1º), Alexandrino prestou esclarecimentos acerca da situação do hospital, que teve problemas estruturais e de funcionamento apontados no termo de interdição elaborado pela SRT. De acordo com ele, a SES-GO tem consciência da necessidade de adequação das dependências da unidade de saúde e das condições de trabalho dos servidores, mas avalia que a interdição não seria a saída para resolver tais questões."Entendemos a necessidade de buscar o conforto para os trabalhadores. Mas a interdição contraria o direito à vida. Vamos retirar os pacientes para levar para onde? É uma medida muito desproporcional ao que foi encontrado", disse ele, que menciona, por exemplo, que as pendências referentes a supostos problamas com insumos no HMI "não correspondem à veracidade dos fatos". "Todos têm a medicação adequada e necessária", garantiu.Assim, explica o secretário, diante do atual cenário da rede estadual de Saúde, o cumprimento das determinações feitas pelo órgão representaria uma "catástrofe na vida das pessoas" que são atendidas pelo Materno atualmente e que podem necessitar do atendimento futuramente. "É preciso razoabilidade", defendeu.ImpactoO secretário Ismael Alexandrino explicou que, reconhecendo a necessidade de promover melhorias no HMI, o Estado fará as adequações necessárias, "como já vinha fazendo", e continuará buscando alternativas de atendimento em outros hospitais. O Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), que teve 55 leitos pediátricos (45 de enfermaria e dez de Unidade de Terapia Intensica) inaugurados em 12 de abril, é uma das alternativas.Contudo, para dar conta de uma eventual demanda causada por mudanças no Materno, haveria impacto em outras áreas de atendimento, segundo o secretário. "Se o termo for aplicado, haverá desasistência, caos na rede e demissões", enumerou, mencionando os cerca de 1,1 mil funcionários que atuam na unidade.O titular da SES-GO, ressaltou, contudo, que o atendimento no HMI, unidade que tem "portas abertas", não será descontinuado.