De acordo com as investigações da Polícia Civil (PC) na operação Veritas, alguns dos presos investigados chegaram a se encontrar mais de 600 vezes com advogados presos durante a ação policial desta terça-feira (6). Os mandados de prisão foram cumpridos em Goiânia, Anápolis e Distrito Federal.O delegado de Polícia Civil Thiago Martiniano, titular da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), informou que durante os encontros entre os advogados e os presos não acontecia atendimento jurídico algum. As visitas ocorriam apenas para compartilhamento de informações sobre o funcionamento das organizações criminosas, em especial, que atuam no tráfico de drogas no Estado e Distrito Federal.A operação Veritas cumpriu 64 mandados de prisão, sendo que 16 deles foram contra advogados. Os outros 48 foram contra detentos que já estavam na cadeia. Mais de 70 agentes das forças de segurança trabalharam na ação.Leia também:- Operação mira advogados suspeitos de ajudar presos de facções criminosas em Goiás e no DF- Operação do MP apura desvio de R$ 15 milhões na construção de prédios públicos em Formosa- Polícia cumpre 22 mandados de prisão contra suspeitos do golpe do “novo número”, em GoiásDe acordo com as investigações, os advogados facilitavam a comunicação entre os detentos e as facções criminosas com outras pessoas que estão nas ruas praticando os crimes.À reportagem, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO) informou que "foi notificada, acompanhou a operação e acompanha também, nesta quarta-feira (7), a audiência de custódia dos advogados detidos". O órgão ainda "requisitou à autoridade prisional atendimento à norma legal de que os advogados sejam recolhidos a uma sala de estado maior"."À Polícia Civil, a OAB-GO requereu informações sobre eventual excesso no cumprimento dos mandados. A OAB-GO não possui informação sobre os elementos que levaram à deflagração da Operação Gravatas e mantém contatos com a DGPC para poder se inteirar dos fatos", disse a entidade ao POPULAR.Informações da PC são de que cada advogado recebia de R$ 5 mil a R$ 20 mil pelo serviço prestado e que eles atuavam como "braços do crime organizado aqui fora".Os advogados não tiveram os nomes divulgados. Após passarem por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), eles foram encaminhados ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia e poderão responder por associação criminosa, associação ao tráfico e tráfico de drogas.