Atualizada às 13h23.A investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Oenrganizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que apura irregularidades relacionadas à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) teve início com um caso de extorsão envolvendo o Padre Robson de Oliveira. No total, o religioso movimentou mais de R$ 3,5 milhões após ameaças de divulgação de conteúdo que mostraria envolvimento amoroso do padre com uma de suas funcionárias. O caso veio à tona em 2018 e em março do ano passado, a Justiça condenou cinco pessoas identificadas como uma organização criminosa que extorquiu o padre. Segundo a denúncia do MP, na época, ele chegou a transferir R$ 2 milhões das contas bancárias da Afipe para as contas indicadas pelos réus. Também foram realizados pagamentos de R$ 50 mil a R$ 700 mil em espécie e nestes casos, o dinheiro foi deixado em um veículo Gol, estacionado na entrada do Condomínio Jardins Valência e em uma caminhonete Hilux estacionada no Shopping Cerrado. Nos depoimentos prestados aos promotores do caso na época, padre Robson de Oliveira disse que apesar de “acreditar tratar-se de um golpe, “acreditar tratar-se de um golpe, já que alegou serem inverídicas as informações apresentadas, passou a se comunicar com o autor das mensagens na tentativa de identificá-lo”. A condenação dos envolvidos foi proferida no dia 13 de março de 2019 pelo juiz Ricardo Prata, da 8ª Vara Criminal de Goiânia. Os cinco condenados estão Welton Ferreira Nunes Júnior (pena de 16 anos), Túlio Cezar Pereira Guimarães (15 anos), Deusmar Gonçalves de Bessa (9 anos), Lidina Alves de Bessa (13 anos) e Elivaldo Monteiro de Araújo (8 anos). Na manhã desta sexta-feira (21), o Gaeco deflagrou a Operação Vendilhões que apura irregularidades relacionadas à Afipe. A ação acontece em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) para investigar a lavagem de milhões de reais das contas da associação. Segundo o MP, tudo começou após o envio de da cópia de um inquérito policial em que o presidente da associação, Padre Robson de Oliveira, após ser vítima de extorsão, utilizou indevidamente recursos das contas das associações. Os crimes apurados, até o momento, são os de organização criminosa, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal.Com o apoio das polícias Civil e Militar, devem ser cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na sede da Associação, empresas e residências em Goiânia, no Setor Campinas, e Trindade. As ordens foram expedidas pelo Juízo da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais, em decisão da Juíza de Direito Placidina Pires. Participam da operação 20 promotores de Justiça, 52 servidores do MP-GO, 4 delegados, 8 agentes da Polícia Civil e 61 policiais militares.Procurada, a Arquidiocese informou que está atenta ao trabalho do Ministério Público e espera que tudo seja apurado o mais breve possível e se coloca a disposição para colaborar com a Justiça.A reportagem entrou em contato com a assessoria da Afipe e aguarda um retorno.Ao G1 Goiás, o corpo jurídico da entidade disse que "não foi pego de surpresa" com a operação e que, no passado, "se colocou à disposição do Ministério Público". Destacaram ainda que o padre Robson acompanhou toda a operação.