O parecer que autoriza a implantação das plataformas de embarque e desembarque de passageiros do BRT (sigla para Bus Rapid Transit) na Praça Cívica já foi dado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Com isso, as obras no local devem ser finalizadas em até seis meses. Agora os técnicos do Iphan devem concluir a avaliação dos impactos destas mesmas estruturas na Avenida Goiás. A região concentra grande parte dos edifícios tombados pelo Iphan pertencentes ao Conjunto Arquitetônico Art Déco e Urbanístico de Goiânia.O parecer foi emitido na quarta-feira (10) e veio depois que a Prefeitura acatou as mudanças sugeridas pelo instituto. Superintendente do Iphan em Goiás, Allyson Cabral diz que, para a aprovação, foram necessárias avaliações específicas de impacto visual na praça. “A demora foi por conta dos detalhes necessários, documentos exigidos. Procuramos fazer o mais rápido possível.” Ele ainda diz que a Prefeitura acatou as sugestões de alteração de material que será usado na construção, além dos locais onde serão instaladas as plataformas.O superintendente diz que sempre é difícil adequar as evoluções das cidades e o progresso necessário com a preservação dos bens, materiais e imateriais. “Costumo dizer que não existe o não pode, mas como pode fazer alguma coisa. Não estamos e não queremos impedir o avanço e o atendimento das necessidades da população e da cidade, mas isso precisa ser feito de maneira com que a história, os bens e o patrimônio sejam preservados e garantidos.”Allyson Cabral ainda diz que a disposição da Prefeitura em atender às exigências foi importante. “Foi uma parceria importante para que chegássemos ao objetivo. O BRT vai seguir seu traçado e passar por uma região onde existem diversos bens tombados.” O titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), Fausto Sarmento, acredita que as obras terão celeridade a partir de agora. “Também entendemos esta demanda, de adaptar às necessidades da praça, e acreditamos que, agora, teremos um adiantamento das obras, mas ainda dependemos da chuva.”Para concluir o trecho 2 do BRT, que conta desde o Terminal Recanto do Bosque, na Região Noroeste, até o Terminal Isidória, só falta a definição sobre a Avenida Goiás. “Acreditamos que não demora muito para que o Iphan nos dê a liberação. As intervenções são semelhantes e estamos respeitando todos os critérios necessários para garantir a preservação do patrimônio.”Allyson Cabral reforçou que o instituto deu prioridade à análise da documentação do trecho da Praça Cívica por já estar em obras. Sarmento diz que na Praça Cívica já estão sendo realizadas intervenções para conclusão do pavimento rígido do anel interno. O anel externo já foi entregue, mas o secretário faz uma observação. “Só deve chegar à Praça Cívica quem vai até lá. Não é mais necessário usar a praça se o motorista vai para outros lugares. As mudanças no trânsito são permanentes e oferecem caminhos que não necessitam passar pela praça. Quando o anel interno for liberado, ali só vai passar ônibus, o que deve aliviar o trânsito, mas agora o motorista deve se acostumar e evitar a praça porque existem outras vias como opção.”PlataformasO Iphan informou que o parecer técnico encaminhado à Prefeitura de Goiânia, autora do projeto do BRT, autoriza a construção das estações de embarque e desembarque, sendo duas ao norte da Praça (em frente ao Museu Zoroastro Artiaga e o edifício dos Correios) e outras duas na porção sul (em frente ao Centro Administrativo - Palácio Pedro Ludovico Teixeira). Além disso, foram aprovadas as readequações e a nova disposição dos canteiros centrais, entre os anéis interno e externo da Praça, em função da reordenação do fluxo de tráfego veículos e de pedestres. O superintendente do Iphan em Goiás, Allyson Cabral, afirma que não haverá alteração substancial no desenho da Praça Cívica, marco inicial da capital goiana. Quanto à retirada de árvores na Praça para as instalações das estações de embarque e desembarque do BRT, o Iphan informou, também, que solicitou a recomposição da massa vegetativa no local. Para isso, a Prefeitura de Goiânia se propôs a replantar outras mudas de árvores nos canteiros centrais e nas calçadas.ImpactoAllyson Cabral diz que desde o início das obras do BRT nos trechos onde se localizam grande parte dos edifícios tombados em âmbito federal, o Iphan demonstrou preocupação quanto à preservação e integridades dos prédios históricos. Entre as solicitações encaminhadas para a Prefeitura, estava o uso de maquinários de compactação das vias com menor vibração, para que tivessem menor impacto nos bens no entorno da Avenida Goiás e Praça Cívica. O rolo ‘pé-de-carneiro’ foi substituído pelo rolo liso, para evitar vibrações excessivas aos bens tombados.