O servente de pedreiro Reidimar Santos Silva, de 31 anos, preso pela morte no último domingo da estudante Luana Marcelo Alves, de 12 anos, foi acusado de estuprar e tentar matar uma adolescente de 15 anos em janeiro de 2015 no mesmo bairro em que residia a vítima mais recente, o Madre Germana II, em Goiânia. Apesar de haver um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Goiânia (1ª Deam), não há registro do caso no Judiciário sobre o destino do processo.O crime de quase oito anos atrás também foi em um domingo, dia 18 de janeiro, mas de madrugada, por volta das duas da manhã, e assim como relatou agora Reidimar estaria sob efeito de drogas e álcool. A jovem voltava de um bar por uma rua que fica a cerca de 800 metros de onde morava Luana e o servente se aproximou por trás, em uma bicicleta, chamando-a pelo nome e com uma faca na mão.Reidimar, que na época tinha 24 anos, levou a vítima para uma casa abandonada e com mato alto na mesma rua e lá a estuprou. A jovem relatou ter desmaiado dentro da residência quando ele tampou sua boca e nariz para que parasse de gritar. Durante o crime, o servente teria ameaçado ela várias vezes, mas teve um momento, segundo a vítima, em que ele se afastou pedindo desculpas e perdão e dizendo que não estava “dentro de si”.Leia também:- Adolescente que sumiu ao ir à padaria é encontrada morta; suspeito é preso- Casa da mãe do ajudante de pedreiro que confessou matar estudante é incendiada, em Goiânia- Adolescente morta em Goiânia é descrita por pessoas próximas como alegre e responsávelAparentando confusão e nervosismo, o acusado teria depois de pedir perdão e dito que a deixaria ir, voltado a ameaçá-la de morte, porque ela o denunciaria, e tentou estrangulá-la. A jovem conseguiu escapar, segundo ela, mordendo a mão do servente e correndo para a rua gritando socorro. Ela o viu fugindo com a bicicleta e no boletim de ocorrência consta que ele deixou o celular na residência.É dito que uma vizinha chegou a cobrir a vítima com um lençol ao vê-la nua na rua chorando e que nesta mesma noite Reidimar chegou a ser cercado por populares armados com pedaços de madeira, mas que ele os convenceu de que a relação foi consensual, ao dizer para chamá-la para ser ouvida. Quando a polícia chegou, o servente já havia fugido.Sem respostaAo ser ouvido pela Polícia Civil ainda na segunda-feira (28), antes da prisão decretada, Reidimar disse que ficou preso por dois meses por causa deste crime, mas que acabou sendo absolvido. Para a imprensa, a polícia informou que ele tinha “passagem” por estupro, sem explicar se houve condenação ou se o processo foi encerrado por falta de provas.A delegada Caroline Borges Braga, titular da Delegacia de Proteção da Criança e Adolescente (DPCA), responsável pelo caso de Luana, afirmou ao POPULAR no fim da tarde que não poderia falar sobre o caso naquele momento, mas confirmou que a queixa de estupro em 2015 foi localizada nos registros da Polícia Civil, mas não no sistema do Judiciário.No Diário de Justiça do dia 5 de julho de 2017, consta um edital de citação pela 11ª Vara Criminal contra Reidimar informando-o de um prazo de dez dias para se manifestar sobre a acusação com risco, se não o fizer, de ter a prisão preventiva decretada. Na época, Reidimar se encontrava preso na Casa de Prisão Provisória (CPP), do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.A reportagem não conseguiu localizar nem a vítima nem familiares.RouboAntes da acusação de estupro em 2015, Reidimar também um processo por roubo e receptação. Ele teria roubado um pedestre no Setor Campinas em dezembro de 2013, sendo preso em flagrante pela Polícia Militar ao tentar fugir em uma moto que ele teria adquirido sabendo ter sido roubada por outra pessoa. Na época, ele ficou detido por quatro meses, foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão em fevereiro de 2017, voltou a ficar detido e ganhou a liberdade condicional em novembro de 2018. No mesmo depoimento dado antes da prisão nesta terça-feira (29), ele contou que estava livre da condicional desde 2020.A investigação por estupro em 2015 foi citada pela Polícia Civil como um agravante da situação de Reidimar ao pedir na Justiça sua prisão temporária para solucionar o então desaparecimento de Luana Alves. As suspeitas contra o servente já surgiram na noite de domingo, por causa do carro dele ter aparecido nas filmagens das câmeras de segurança da região tanto quando a estudante ia para o mercado comprar salgados como na volta para casa. Ele só confessou o crime, entretanto, após ser detido nesta terça-feira.