-Imagem (1.2497671)O jovem Natan Vinícius Gonçalves, de 20 anos, foi abordado por funcionários da Drogaria Santa Marta, na última sexta-feira (22), que supostamente o teriam acusado de furtar um creme para cabelos. O caso ocorreu por volta de 15h30, na unidade Nova Suíça, em Goiânia.Natan é colorista em um salão de beleza localizado a aproximadamente 800 metros da drogaria. Ele conta que estava com uma cliente e foi no estabelecimento comprar um creme para ela. Ao retornar ao salão, foi abordado por dois homens."Fui até a farmácia, pedi o creme e depois me dirigi ao caixa. Fiz um cadastro, saí e não pedi sacola pois estava com pressa. A atendente até pediu desculpas por ter demorado", lembra. " Fui para o meu trabalho e vieram dois homens atrás de mim e um disse 'é ele', e já veio puxando o produto da minha mão", relata o rapaz.Leia também:- Mulher denuncia ter sido chamada de “macaca” pela atual do ex-marido em Silvânia- Acolhimento da comunidade LGBTQIA+ cresce no trabalho- Professor denuncia que foi humilhado por ser negro em escola de Aparecida de GoiâniaNatan retornou até a drogaria, onde pessoas confirmaram que ele havia pago pelo produto. Ele conta que não chamou a polícia, porque ficou em choque. "No momento eu não digeri, até porque estava com muita pressa, por conta da cliente. Eu não consegui pensar. Meu trabalho requer atenção", conta. "No outro dia entendi a gravidade de tudo que aconteceu. Principalmente depois que revi os vídeos [de câmeras de vigilância]. Tive o impacto de tudo que aconteceu. Eu nem entendo direito. Foi puro achismo e preconceito da parte deles", afirma.O rapaz diz que já acionou uma advogada que o está orientando. Ele conta que não conseguiu registrar um boletim de ocorrência nesta segunda-feira (25), porque as delegacias estavam fechadas por conta do feriado. No entanto, ele afirma que irá denunciar o caso na polícia."O gerente mandou uma funcionária aleatória me pedir desculpas em nome da Santa Marta. Ela justificou que eles trabalham com público e que esse tipo de coisa acontece e que eu deveria compreender", lembra.Natan acredita que sofreu preconceito por conta de sua aparência. "Sou negro e estava maquiado. Isso atrai olhares ruins das pessoas. Não foi primeira vez", diz.Por meio de nota, a Drogaria Santa Marta informa que "repudia qualquer forma de preconceito, racismo, agressão, assédio, abuso de poder, violência verbal ou física dentro e fora da empresa". Ainda destacou que "é inaceitável diante de suas condutas e políticas, inclusive tem previsão no seu Código de Ética e Conduta". A nota ainda afirma que "o caso está sendo apurado, as pessoas envolvidas estão sendo identificadas e o caso será tratado através das vias administrativas cabíveis".