A estudante que ateou fogo em uma colega de escola no dia 31 de março deste ano foi denunciada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). Além da acusação pelo crime de tentativa de homicídio, o promotor Cláudio Braga Lima pede que a autora do crime indenize a vítima pelos danos causados.A denúncia contra Islane Pereira Saraiva Xavier, que fez 20 anos no dia 8 de abril, uma semana depois de ter sido presa em flagrante, foi apresentada pelo promotor à 3ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida, que é presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara.Consta na denúncia que a vítima, de 17 anos, segue internada em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia Governador Otávio Lage (Hugol) com quase 50% do corpo apresentando queimaduras de até 3º grau. A estudante já passou por procedimentos cirúrgicos de reparação, mas a unidade de saúde não informou o quadro atual de saúde.ArgumentosNos argumentos para justificar a denúncia de Islane, o promotor destacou que a autora confessa usou fogo para execução do crime, causando sofrimento desnecessário e prolongado à vítima, configurando o meio cruel. Além disso, aponta que a autora pegou a vítima de surpresa enquanto ela esperava na fila do lanche, o que impossibilitou a defesa da vítima.O promotor também argumenta que o motivo do crime foi torpe, já que teve início pela “perversidade exacerbada e repugnante da denunciada”, sob a justificativa de acreditar que a vítima havia feito comentários negativos sobre seu bronzeamento.A reportagem tentou falar com a defesa da acusada, mas não conseguiu contato até o fechamento desta nota. O espaço segue aberto para manifestação. InvestigaçãoNo dia 12 de abril, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluiu o inquérito deste caso e informou que a autora havia agido de forma premeditada. O crime aconteceu no Colégio Estadual Setor Palmito, no Jardim Novo Mundo, em Goiânia. A vítima teve 49% do corpo queimado após a colega de sala jogar álcool e atear fogo nela.Ao POPULAR, a delegada Marcella Orçai contou que a vítima e a autora mal se conheciam. A investigação apurou que, no dia do crime, a estudante foi para a escola com um vidro de álcool, isqueiro, uma faca e um canivete, o que indica que ela pretendia matar a adolescente queimada ou esfaqueada.Sem histórico de brigaAo ser detida, a apontada autora do crime disse simplesmente que quis matar a moça porque ela “estava implicando com seu bronze”. A delegada destacou que a jovem não mostrou sinais de arrependimento após o ato. A situação causou choque nos colegas e na direção da escola, que informou que ambas tiravam boas notas e nunca tinham se envolvido em nenhuma briga na instituição.Leia também:- Estudante é presa por suspeita de atear fogo em colega dentro de colégio em Goiânia- Pai de adolescente queimada por colega tenta entender o que aconteceu- Pai de adolescente que teve corpo queimado por colega não pode visitá-la no Hugol