-Imagem (1.173084)O juiz da 3ª Vara de Crimes Dolosos contra a Vida, Jesseir Coelho de Alcântara, realizou nesta segunda-feira (1º) um despacho em que afirma não ter condições de marcar a data do júri popular que irá julgar os cinco acusados de assassinar o radialista e cronista esportivo, Valério Luiz de Oliveira, em 5 de julho de 2012.De acordo com o documento, o motivo do adiamento é a falta de estrutura da Comarca de Goiânia. Dentre as reclamações estão listados: a precariedade de dormitórios para os jurados; falha no fornecimento de alimentos; falta de cadeiras confortáveis e espaço limitado. A reportagem tentou entrar em contato com o juiz Jesseir Coelho de Alcântara e sua equipe, mas não obteve sucesso. Em nota, o diretor do Foro, Paulo César Alves das Neves, por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) afirmou que já foi autorizado pela presidência do Tribunal a construção de um novo prédio para comportar as varas criminais e suas necessidades, e que a obra se encontra em fase de elaboração de projetos. De acordo com Paulo César, em março de 2017 as Varas Criminais de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri foram transferidas para o Fórum Desembargador Fenelon Teodoro Reis (Fórum Criminal) em razão da reforma que os prédios Palácio da Justiça Desembargador Clenon de Barros Loyola e Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury passariam e que desde então o auditório do Fórum Criminal está reservado diariamente para o estes julgamentos. Ainda de acordo com César, o auditório do Fórum Civil estaria disponível para o mesmo propósito às terças-feiras, quartas-feiras e quintas-feiras.Sobre a falta infraestrutura citada pelo juiz Jesseir Coelho, o diretor do Foro disse que as cadeiras do Fórum Civil e Criminal são confortáveis e que ambos contam com sistema de gravação. Além disso, admitiu que Tribunal de Justiça não dispõe de alojamento próprio, entretanto explicou que é possível resolver esta questão. "Desde que soliticitado com antecedência, é autorizada a reserva de quartos de hotel para a acomodação dos jurados". Em relação a falta de refeições, afirmou que o TJ tem contrato em vigor para o fornecimento de almoço e jantar e somente não oferece café da manhã e jantar porque a licitação foi "frustrada" por falta de interessados. Sobre a falta de segurança Paulo César afirmou que em ambos os fóruns existem a presença de detectores de metais. Entretanto, afirmou que a questão do espaço limitado é real, sendo que o maior auditório (Fórum Civil) comporta 279 pessoas.Por fim, afirmou que "Até o presente momento, não há qualquer formalização de pedido de providências junto a esta diretoria do Foro em relação ao caso específico" e que outros júris de grande repercussão já foram realizados este ano sem qualquer problema.O filho de Valério Luiz de Oliveira, Valério Luiz de Oliveira Filho, disse estar chocado com a decisão do juiz. "Se tem ou não estrutura, não é problema meu. Eu quero uma solução. Deixar o processo suspenso, sem data, viola o meu direito à justiça. Nós não vamos parar até o julgamento acontecer", ressaltou. Relembre o casoO assassinato de Valério Luiz aconteceu há quase sete anos, quando o filho do também cronista esportivo e Deputado Estadual, "Mané" de Oliveira, saía do trabalho, a antiga Rádio 820 AM, atual Rádio Bandeirantes 820, onde foi atingido por seis tiros. Ele também trabalhava como comentarista no programa Mais Esportes, da PUC TV.O acusado como mandante do crime é Maurício Sampaio, ex-vice-diretor e atual vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético Clube Goianiense. A motivação seria as críticas e comentários que o radialista fazia ao clube e à diretoria do time. Além de Maurício, existem outros quatro reús: Urbano de Carvalho Malta, Djalma Gomes da Silva, Marcus Vinícius Pereira Xavier; apontados como articuladores do homicídio, e Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, indiciado como autor dos tiros que tiraram a vida de Valério Luiz. Em nota, a assessoria de Maurício Borges Sampaio afirmou que o mesmo é inocente e "um dos principais interessados na busca pela verdade". O comunicado enfatizou que Sampaio sempre esteve à disposição da Justiça. A reportagem não localizou a defesa dos demais acusados. (Mariana Carneiro, estagiária do GJC em convênio com a UFG)