Foi adiado pela terceira vez só neste mês de março o julgamento do pedido para que o policial militar Jonathas Atenevir Jordão, acusado de disparar o tiro que matou o advogado Davi Sebba no dia 5 de julho de 2012 seja levado a júri popular. Quase dez anos depois do crime, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) ainda não decidiram se o crime de homicídio deve ser qualificado.O julgamento deste recurso apresentado pelos advogados da família de Davi Sebba havia começado a ser apreciado no dia 24 de março. Na data, o julgamento foi suspenso depois que o desembargador Itaney Francisco Campos pediu vistas para ter acesso a mais detalhes antes do voto. O desembargador Ivo Fávaro, que é o terceiro votante, optou por esperar o voto de Itaney. O caso estava na lista de apreciação da última sessão, na terça-feira (29), mas não houve tempo para que o caso fosse discutido pelos desembargadores. Retomada a sessão nesta quinta, o caso foi colocado novamente em pauta para apreciação e voto, mas foi deixada para a próxima terça-feira, dia 5 de abril.O relator, Eldélcio Machado Fagundes entendeu que o policial deve ser levado a júri popular. Para ele, no voto apresentado no dia 24 de março, o juiz de primeiro grau “pecou” em não pronunciá-lo, já que há indícios de excessos por parte de Jordão. Este recurso analisa apenas a inclusão da qualificadora no processo contra Jonathas Atenevir Jordão. Existe outra apelação que pede que os outros dois policiais também sejam levados ao julgamento popular, mas neste caso, ainda não há previsão de julgamento.Nesta quinta, o desembargador Itaney Campos pediu mais tempo para concluir o estudo do processo e a elaboração do seu voto. No pedido apresentado, pede que os desembargadores acolham a qualificadora que trata o crime como homicídio que foi praticado com recursos que impossibilitaram ou dificultaram a defesa da vítima, contra pessoa desarmada, indefesa e surpreendida.Família lamenta desgasteA família da vítima informou que a espera excessiva é um processo de muita apreensão e desgaste, pois já são quase 10 anos desde o assassinato de Davi. Em nota, informam que a dor e desestruturação familiar se intensificam quando os que perderam de forma brutal a convivência de Davi revivem os acontecimentos. Ainda no documento, reforça, que ainda seguem na esperança de que o judiciário aprofunde a análise das evidências e provas constantes nos laudos técnicos e periciais oficiais, e que os policiais possam ser levados ao Júri Popular para serem condenados.Davi Sebba morreu cerca de 30 minutos antes do nascimento de seu filho, Gabriel Davi. Segundo a família, o advogado estava no supermercado fazendo compras que seriam levadas para a esposa, que o aguardava para seguir para a maternidade. De acordo com a PM, Davi estaria no local para vender droga e fazia parte de uma quadrilha internacional de drogas. A defesa dos acusados da morte reforçam que os policiais estavam trabalhando e que Davi estava armado no momento da abordagem e que ele teria reagido e tentado fugir quando o policial atirou.Leia também:- Julgamento de recurso do caso Davi Sebba é suspenso novamente - Julgamento de recurso no caso Davi Sebba é adiado- Davi Sebba: família reage à sentença que absolveu PMs